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Antônio Carlos Colin, de 52 anos, tinha o "coração tão bom", que se emocionava ao ouvir algum relato de dificuldade. Era "muito trabalhador", segundo a família, e seguiu o ofício de frentista durante a pandemia. Temia pela própria saúde, porém mais ainda pela do pai, Ângelo, de 79 anos. Há pouco mais de uma semana, ambos foram internados com a covid-19. Ângelo foi para o hospital e já voltou para a casa. Antônio ficou seis dias na unidade de pronto-atendimento (UPA), aguardando transferência para a UTI, que nunca chegou, apesar de determinação judicial. Ele morreu no domingo, 7.
"Tenho indignação e revolta com as autoridades pela falta de organização e estrutura para o combate à pandemia e a prevenção do maior número de mortes possível", desabafa a manicure e maquiadora Jéssica Colin, de 29 anos, filha de Antônio.
PublicidadeDe Sumaré, região metropolitana de Campinas, o frentista foi internado1xbet yasal mıuma UPA1xbet yasal mı27 de fevereiro, com saturação de oxigênio de 87%, abaixo do padrão normal. Dois dias depois, a família foi informada sobre uma piora na função renal e o comprometimento dos pulmões do paciente. No dia seguinte, foi entubado.
"Nesse dia, perguntei para a médica se era melhor eu ir atrás de um leito de UTI. Ela disse que sim, que poderia ser decisivo no quadro dele", recorda-se a filha. Na quarta-feira, 3, ela foi até a UPA e pediu transferência pela Central de Regulação e Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), do governo do Estado, cujo pedido foi negado por suposta falta de vagas.
Ela procurou, então, o Ministério Público, pelo qual entrou com ação civil pública. "O laudo, datado de 3/3/2021, reportou a necessidade de transferência para unidade especializada porque o paciente está 'há seis dias com histórico de insuficiência respiratória aguda, evoluiu para IOT na unidade UPA'", destaca um trecho.
Dois dias depois, Jéssica conseguiu uma tutela de urgência que determinava o "imediato encaminhamento do paciente" para UTI pública ou privada (com despesas pagas pelo Estado e o Município, incluindo o transporte)1xbet yasal mı48 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. "Justamente no dia que o prazo vencia, ele não resistiu", lamenta.
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