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BRASÍLIA - Apesar da urgência, os gastos com saúde ficaram para trás no total de recursos que já foram pagos pelo governo para as ações emergenciais contra o novo coronavírus. Do orçamento de R$ 226,8 bilhões anunciadoh2bet tigernovas despesas, R$ 56,5 bilhões já foram efetivamente desembolsados - sendo que, desse total, apenas R$ 5,4 bilhões foram direcionados para o Ministério da Saúde. É menos de 10% do que já foi gasto pelo governo.
O governo tornou disponível R$ 23 bilhões para o Ministério da Saúde e outros ministérios para medidas emergenciais - apenas 2,3% do total previsto. Outros R$ 16 bilhões foram transferidos como auxílio emergencial a Estados e municípios, mas, nesse caso, o ritmo de execução é ainda mais baixo: só R$ 1 bilhão foi pago.
PublicidadeA velocidade do desembolso tem sido maior para a linha de financiamento da folha de pagamento das pequenas e médias empresas. Dos R$ 34 bilhões orçados, a metade já foi efetivamente executada, ou seja, paga pelo governo federal. Os gastos com o auxílio emergencial de R$ 600 para os trabalhadores informais e desempregados também estão sendo gastos com maior rapidez. Dos R$ 98,2 bilhões orçados, um terço já foi pago.
Dados passaram a ser divulgados pelo Tesouro
Os dados são do painel de monitoramento de gastos que o Tesouro passou a divulgar na internet. Para o pesquisador do Instituto Brasiliense de Direito Público, José Roberto Afonso, os números indicam que há uma enorme distância entre o que é anunciado de medidas, o orçado, e o efetivamente pago. "O mais chocante é que, quando vamos olhar dentro dos R$ 56 bilhões orçados para saúde, só R$ 5,4 bilhões foram pagos", diz.
Ele pondera que é muito pouco diante da urgência da crise. "É uma confissão da falta de prioridade que está se dando para a saúde, porque a primeira coisa que o mundo todo está fazendo é gastar com saúde."
Afonso afirma que é preciso comprar logo tudo que se pode de respiradores, montar UTIs, contratar reforço de profissionais de saúde numa prioridade máxima. Para ele, a diferença de execução é visível com outras medidas. "Não estou dizendo que as outras iniciativas não são relevantes. São muito relevantes. Mas não dá para entender porque a saúde está ficando para trás."
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