Três Ranchos (GO): moradores divergembet7k saque maximoapoio a candidatos
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O clima de paz entre os moradores é o que marca a cidade de Três Ranchos, no interior de Goiás, poucos dias antes do primeiro turno das eleições deste ano. A convivência pacífica parece unanimidade no município mais polarizado na eleição presidencial de 2018, onde Jair Bolsonaro, hoje no PL, venceu Fernando Haddad (PT) por apenas um voto.
A realidade é curiosa, já quebet7k saque maximoCatalão, cidade a apenas 31 quilômetros de distância, há campanhas de apoio ao atual chefe do Executivo, incluindo outdoors com a foto do candidato à reeleição instalados à beira da estrada, bandeiras e até muros de casas pintados. Mas Nelson Ribeiro, mototaxista há 26 anos, conta que os apoiadores de Bolsonaro são principalmente empresários do agronegócio, maior setor econômico de Catalão.
"As pesquisas daqui mostram que está bem dividido. Quando ando pela cidade a trabalho, percebo que a manifestação pró-Bolsonaro está nos bairros mais ricos, com bandeiras nas casas. Mas nossa classe vai toda no Lula. Todas as mulheres que carrego na moto dizem que não votam no Bolsonaro. Como eu disse, tá bem dividido. A diferença é que os lulistas não se manifestam como os bolsonaristas, até por medo de como reagiria a oposição", destaca.
O clima de eleiçãobet7k saque maximoCatalão é totalmente diferente de Três Ranchos que, com cerca de 3 mil habitantes, deu 1.183 votos para o atual chefe do Executivobet7k saque maximo2018. O adversário de Bolsonaro naquela eleição, Fernando Haddad (PT), teve 1.182 votos.
Arrependidos por 2018
Apesar da polarização no último pleito, não há qualquer indício de apoio a algum candidato nas casas e estabelecimentos comerciais de Três Ranchos. O que há de propaganda eleitoral, no centro da cidade, é de candidatos aos cargos de deputado e senador, com adesivos e bandeiras.
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Esse comportamento é esperadobet7k saque maximocidades pequenas, de acordo com o cientista político Marcelo Di Giuseppe. Segundo ele, isso acontece porque o deputado tem o vereador da cidade, que o apoia e age para mostrar trabalho.
"O vereador pede para os eleitores dele e para os amigos colocarem a propaganda, para mostrar para o deputado que está trabalhando. O vereador e o prefeito são os grandes cabos eleitorais da cidade. Existe um interesse muito grande de eleger deputados", explica.
A aposentada Maria de Deus Silva, de 79 anos, reforça que a campanha presidencialbet7k saque maximoTrês Ranchos não tem muita força. Inclusive, ela diz que nem mesmo se lembrabet7k saque maximoquem votou para presidentebet7k saque maximo2018.
"Esse ano não vou votar mais para presidente. Acho que todo candidato é igual, não tem esperança mais, não. Só se Deus mandar ao contrário", diz.
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Três Ranchos, uma das cidade mais polarizadas nas eleiçõesbet7k saque maximo2018, não tem qualquer propaganda eleitoral para candidatos à presidência, mesmo tão próximo de acontecer o 1º turno
Foto: Isabella Lima
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Dona Maria, que preferiu não mostrar o rosto, afirma que não tem mais esperançabet7k saque maximonenhum candidato à presidência e que na cidade eleições municipais têm mais força
Foto: Isabella Lima
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Vicente de Paulo revela que teme que a situação econômica do País não mude, mas na esperança que haja melhora votará no PT
Foto: Isabella Lima
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José Antônio dos Santos revela que irá votar no PT e que o posicionamento de Bolsonaro durante a pandemia influencioubet7k saque maximodecisão
Foto: Isabella Lima
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Adilson da Silva votoubet7k saque maximoBolsonarobet7k saque maximo2018, mas relata que esse ano votarábet7k saque maximoLula
Foto: Isabella Lima
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Adriana Rosa afirma que votarábet7k saque maximoBolsonaro, mas revela que a família é dividida com relação a votos para candidatos à presidência
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Sebastião contou as dificuldades que enfrenta com o preço alto das coisas e diz quebet7k saque maximoesperança é que Lula vença as eleições deste ano
Foto: Isabella Lima
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"Acreditei que o Bolsonaro iria ser bom e mudar as coisas pra população, mas senti que no mandato dele nada melhorou pra gente", diz Adilson
Foto: Isabella Lima
Assim como dona Maria, Vicente de Paulo, 59 anos, revela que teme que a situação econômica do País não mude. Foi enquanto realizava o trabalho de varrer as vias da cidade, sob um calor de 36ºC, que revelou ao Terra a dificuldadebet7k saque maximofazer o mercado do mês por causa do preço dos alimentos. Ele vai manter a mesma posição de 2018: o voto está garantido no PT.
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"O custo de vida aumentou demais. O salário tá pouco, e as coisas, muito caras; quase não dá para fazer a compra do mês com o que a gente ganha. Eu acredito que, na época do Lula, as coisas para o pobre eram melhores. Não era tudo tão caro assim. Se ele voltar igual foi nos outros mandatos, que fez as coisas boas pelos mais pobres, acredito que vai melhorar. Eu não sou fanático, voto como meu dever como cidadão", relata.
Seu colega de trabalho, Adilson da Silva, também mal conseguia falar devido ao cansaço do trabalho braçal, mas fez questão de afirmar que votará em Lula. No entanto, diferentemente do amigo, Bolsonaro foibet7k saque maximoopção de voto no primeiro e segundo turnos há quatro anos.
"Acreditei que o Bolsonaro iria ser bom e mudar as coisas pra população, mas senti que no mandato dele nada melhorou pra gente. Deve ter mudança com o Lula. Acho que ele é mais simples que os outros e, por isso, se preocupa com a gente", opina.
A dona de casa Maria Helena de Marcos também admite arrependimento por votarbet7k saque maximoBolsonarobet7k saque maximo2018. Em outubro, ela pretende apertar o número do PT nas urnas. O motivo? "Pra ver se melhora", diz. "Por mais que eu não entenda tanto de política, tenho esperança nele. E a maioria da minha família e do meu marido vai nele [Lula] também."
Esperança de mudança
O ex-presidente Lula parece ser unanimidade entre os mais velhos e não tão abastados de Três Ranchos. Sebastião Gregório de Lima, de 83 anos, abriu um sorriso ao dizer quebet7k saque maximoesperança é que o petista vença as eleições deste ano. O idoso interrompeu a extenuante tarefa de limpar restos de tijolos e sujeiras de um terrenobet7k saque maximoconstrução próximo à Câmara Municipal para explicarbet7k saque maximopreferência.
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"Eu não voto há 20 anos porque não enxergo direito, mas torço pelo Lula. Ele já ajudou muita gente nesse mundão de meu Deus. Deu cesta básica, [acesso aos] estudos, salário-escola. Hoje, você sai com uma sacolinha pequena do mercado e é R$ 100, R$ 150. Se o Lula ganhar, vou comemorar pagando cachaça pra esses pinguços tudo, porque eu não bebo, não", diz ele, rindo.
A expectativa de seu Sebastião é que, com a eleição do ex-presidente, haja reajuste no salário mínimo e mais ajuda aos pobres. "O Bolsonaro também é bom, ele está ajudando muito, mas acho que o Lula vai ser melhor. Não gosto de praticar a política não, mas desde Ernesto Geisel pra cá, as coisas melhoraram só depois do Lula. Eu gosto dele por isso, mas quero esperar pra ver se ele vai cumprir tudo que fala", acrescenta.
Família dividida
Dentro de um dos poucos comércios da cidade, Adriana Rosa, de 28 anos, conta que no primeiro turno de 2018 não votoubet7k saque maximoHaddad e nembet7k saque maximoBolsonaro, mas no segundo turno optoubet7k saque maximovotar no atual presidente. Diferentemente dos conterrâneos, ela não se arrepende da escolha e deve repetir a preferência já no dia 2 de outubro.
"Acho que ele entrou no cargo já pegando uma fase muito ruim do governo e conseguiu fazer um bom trabalho. Se eu tivesse fechado meu açougue na pandemia, tinha quebrado economicamente. E sou meio anti-PT, porque acho que o Lula teve a oportunidade e não fez muito. O País entroubet7k saque maximouma crise e dívida horríveis depois dele", afirma.
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Embet7k saque maximofamília, a divisão é nítida: seu cunhado e sogro já declararam voto no candidato petista; a sogra e proprietária do açouguebet7k saque maximofrente ao seu diz que jamais votariabet7k saque maximoBolsonaro devido às declarações feitas durante a pandemia. Mas, para ela, as acusações contra Lula justificam o fato de ele não ser, de forma alguma, uma opção de voto.
"Fazendo uma analogia a um comércio: se eu contrato um funcionário, e ele começa a me roubar, no começo eu não vou sentir. Quando eu vou sentir? Quando a minha mercadoria começar a acabar e eu não tiver dinheiro pra rodar. Aí eu vou lá e descubro que ele está me roubando e mando-o embora. Aí depois de alguns anos eu contrato ele de novo? Não vai mudar. É a situação do Lula", compara.
Uma moradora que preferiu não se identificar vive a mesma divisão familiar, mas garante que todos se respeitam. Embora opte por Ciro Gomes no primeiro turno, assim como fezbet7k saque maximo2018, neste ano ela se recusa a votarbet7k saque maximoBolsonaro no segundo turno. "Não gosto do atual presidente, parece que ele não gosta dos pobres e olha mais para o lado de quem tem dinheiro", opina.
Adir Alves Carneiro, morador de Três Ranchos há 30 anos, lembra que Ciro também foibet7k saque maximoprimeira opçãobet7k saque maximo2018, mas acabou votandobet7k saque maximoHaddad na disputa pelo segundo turno.
"Esse ano sou Lula. Sou anti-Bolsonaro. Ele é militarista, para mim não serve. Ele não respeita o povo, os homossexuais, não presta e não serve para nada. Para mim, o mandato dele não fez nenhuma diferença, ainda precisa mudar salário, saúde, educação", critica.
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Amigos, apesar da oposição
A poucos metros de Adir, Heylon Vaz parou para ouvir o que os amigos falavam sobre as eleições. Vestindo uma camisa com símbolo militar, o prestador de serviçosbet7k saque maximouma escola da cidade se orgulha do votobet7k saque maximoBolsonaro.
"Na escola tem professoras petistas", disse ele, rindo. "Já eu não gosto nem de ouvir a voz do Lula. Ele ficou tanto tempo no poder, e agora vem falar que vai melhorar o Brasil? Por que não fez antes? Pelo menos o Bolsonaro mostra serviço e acabou com a mamata do PT", acrescentou.
O comerciante André Miguel relata que votou em Bolsonaro na eleição passada e seguirá com o votobet7k saque maximo2022. Ele até admite que governo Lula teve lados positivos, mas foi marcado por corrupção.
"Teve muito benefício pessoal para ele, né? E a gente tem um medo do comunismo que vemos no outros países chegar aqui. E, olha, abri meu comércio no mandato do Bolsonaro. Pra mim, foi bom, desenvolvi bem. Na minha família a maioria vai no Bolsonaro. Ele está com vários programas dando suporte para população. Só acho que é preciso rever esses programas, para garantir que esses benefícios cheguem aonde realmente precisa", avalia.
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Entregador de leite José Antônio dos Santos, de 77 anos, tem uma opinião totalmente contrária à do amigo. Assim como na última eleição, ele revela que irá votar no PT. O posicionamento de Bolsonaro durante a pandemia influencioubet7k saque maximodecisão.
José e André riem das divergências de opinião. "Eu quero mudança. Não vou no Ciro porque ele não tem chance; senão era ele. Aqui a gente vê que quem vai no Bolsonaro é mais aqueles que têm boa situação, que não precisa muito correr atrás. E eu quero um presidente que acabe com a fome que eu estou vendo. Pra mim, as coisas não estão tão ruins, mas vejo muita gente que sofre", acrescenta José.
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Essa é uma das reportagens da série especial de eleições do TerraVotos pelo Brasil. Eleitores de nove cidades brasileiras, que se destacaram nas Eleições de 2018 e nos últimos quatro anos, contam suas percepções sobre o País e expectativas para 2 de outubro. Novas reportagens serão publicadas diariamente ao longo desta semana.