bet mentor é bom-20 mil mortosbet mentor é bomGaza: o que número de vítimas revela sobre o conflito

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A BBC analisa detalhadamente a contagem de mortos e feridos e como ela se compara com as de outros conflitos.
24 dez 2023 - 06h31
(atualizado às 07h48)
Imagem de bombardeio com logo da BBC Verify
Imagem de bombardeio com logo da BBC Verify
Foto: BBC News Brasil

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Pelo menos 20 mil pessoas foram mortasbet mentor é bomGaza desde que Israel começou a retaliação aos ataques do Hamas de 7 de outubro.

A BBC Verify (unidade de checagem da BBC) analisa o que o número de mortosbet mentor é bomGaza revela sobre o conflito.

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Dados do Ministério da Saúdebet mentor é bomGaza, administrado pelo Hamas, mostram quebet mentor é bommédia quase 300 pessoas foram mortas todos os dias desde o início do conflito, excluindo o cessar-fogo de sete dias. O diretor regional de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS), Richard Brennan, diz considerar esses números confiáveis.

Contar as vítimas é um desafiobet mentor é bomqualquer zona de guerra, e os médicosbet mentor é bomGaza dizem que o número de mortos provavelmente é maior do que o registrado, uma vez que não inclui corpos sob os escombros de edifícios bombardeados e aqueles que não foram levados para hospitais.

A BBC Verify analisou detalhadamente os números, como eles se comparam com os de outros conflitos e o impacto na população jovem de Gaza.

Grande número de mortos

O ritmo de mortalidade nessa guerra tem sido "excepcionalmente elevado", diz o professor Michael Spagat, especializadobet mentor é bomanálise de contagem de vítimasbet mentor é bomconflitosbet mentor é bomtodo o mundo, como a guerra do Iraquebet mentor é bom2003, o conflito civil na Colômbia, as guerras na República Democrática do Congo, bem como conflitos anteriores entre Israel e Gaza.

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"Dentro da série de guerrasbet mentor é bomGaza desde 2008, a atual não tem precedentes tantobet mentor é bomnúmero de pessoas mortas comobet mentor é bommatança indiscriminada", afirma Spagat.

Gráfico mostra registros diários cumulativos de mortesbet mentor é bomGaza
Foto: BBC News Brasil

O número de 20 mil mortos representa quase 1% dos 2,2 milhões de habitantes de Gaza.

A BBC conversou com especialistasbet mentor é bomquestões militares que apontaram que a grande variedade de bombas usadas por Israel — algumas de cerca de 45 kg e outras de até 900 kg — contribuíram diretamente para o grande número de mortes no conflito.

Estar perto do impacto de grandes bombas é como "surfar na Terra enquanto uma onda de choque liquefaz momentaneamente o solo", explica Marc Garlasco, ex-analista sênior de inteligência do Pentágono e ex-investigador de crimes de guerra da ONU, que já conversou com vítimas e testemunhas dessas bombas.

O que as torna ainda mais devastadoras é que Gaza tem uma densidade populacional muito elevada. O território tem apenas 41 km de comprimento e 10 km de largura. Em média, antes do conflito, havia mais de 5,7 mil pessoas por km²bet mentor é bomGaza — o que é inferior à média da cidade de São Paulo, mas essa cifra sobe para 9 mil na Cidade de Gaza.

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Israel iniciou abet mentor é bomcampanha militarbet mentor é bomGaza após os ataques do Hamas, nos quais 1,2 mil pessoas foram mortas, a maioria delas civis. Três meses depois, o país enfrenta pressão crescente devido ao número de vítimas civisbet mentor é bomGaza.

Nos conflitos mundiais entre 2011 e 2021, quando houve uso de explosivosbet mentor é bomáreas povoadas,bet mentor é bommédia 90% das vítimas mortais eram civis, de acordo com o grupo de pesquisa Action on Armed Violence.

Segundo relatórios da inteligência dos EUA aos quais a rede americana CNN teve acesso, Israel lançou mais de 29 mil bombas sobre Gaza desde o início da guerra até meados de dezembro, sendo 40% a 45% delas não guiadas.

Essas bombas não guiadas "podem errar o alvobet mentor é bomaté 30 metros, que é a diferença entre atingir um quartel-general do Hamas e um apartamento repleto de civis", explica Garlasco, que trabalhoubet mentor é bomtrês conflitos anterioresbet mentor é bomGaza e que é agora conselheiro da organização de paz holandesa PAX.

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As Forças de Defesa de Israel (IDF, na siglabet mentor é bominglês) afirmam que tomam medidas de precaução para evitar danos à população civil.

Segundo as IDF, estas medidas incluem avisos antes dos bombardeios, nos casosbet mentor é bomque é possível fazê-lo. Israel também insiste que o número de civis mortos no conflito tem sido melhor do quebet mentor é bomoutros conflitos internacionais.

As IDF afirmam que "abortarão os ataques quando for vista presença civil inesperada".

"Escolhemos a munição certa para cada alvo, para que não sejam causados danos desnecessários", diz a força israelense.

Israel também afirma que o Hamas utiliza a população civil de Gaza como escudo humano.

Quantos civis morreram?

As mulheres e as crianças representam cerca de 70% dos mortosbet mentor é bomGaza no atual conflito, segundo o Ministério da Saúde gerido pelo Hamas.

Contudo, os números do Hamas não diferenciam civis do sexo masculino e combatentes.

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Uma análise anterior feita pelo Gabinete de Comunicação Social do governo do Hamas e divulgadabet mentor é bom19 de dezembro indicava que dos até então 19.667 mortos registrados, mais de 8 mil eram crianças e 6.200 mulheres.

A contagem incluiu também entre os mortos 310 profissionais de saúde, 35 funcionários da defesa civil e 97 jornalistas — todos civis.

A guerra está tendo um impacto particularmente devastador nas crianças de Gaza. Quase metade da população do território tem menos de 18 anos, segundo dados divulgadosbet mentor é bom2022 pelo Ministério da Saúde.

Mais de 52 mil pessoas foram feridas no conflito até agora, segundo o ministério.

Embora não existam números atualizados de crianças feridas, essa cifra era de 8.067 até 3 de novembro.

Gráfico mostra registros diários cumulativos de ferimentosbet mentor é bomGaza
Foto: BBC News Brasil

Gaza é hoje o "lugar mais perigoso do mundo para ser criança", segundo a agência da ONU dedicada à infância, a Unicef.

"Bairros inteiros, onde as crianças costumavam brincar e ir à escola, foram transformadosbet mentor é bompilhas de escombros, sem vida", diz Adele Khodr, diretora regional da Unicef para o Oriente Médio e Norte da África.

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Como a situaçãobet mentor é bomGaza se compara a outros conflitos?

Cada conflito é único nas suas características, mas os especialistas com quem a BBC conversou concordam que a taxa de mortesbet mentor é bomGaza é significativamente maior do quebet mentor é bomoutros conflitos recentes.

"O que estamos vendobet mentor é bomtermos de mortes de civis já ultrapassoubet mentor é bommuito as taxas de qualquer conflito que documentamos", afirma Emily Tripp, diretora da Airwars, uma organização que monitora mortes de civisbet mentor é bomguerras e conflitos desde 2014.

Ex-analista de inteligência do Pentágono, Marc Garlasco afirma: "Para encontrar uma densidade semelhante de explosivos usadosbet mentor é bomuma pequena área povoada, talvez tenhamos que voltar à guerra do Vietnã para encontrar um exemplo comparável — como os ataques a bombas no Natal de 1972, quando cerca de 20 mil toneladas de bombas foram lançadasbet mentor é bomHanói durante a Operação Linebacker II."

Estima-se que 1.600 civis vietnamitas tenham sido mortos nesse atentado.

Já na ofensiva de quatro meses para expulsar o Estado Islâmico da cidade síria de Raqqabet mentor é bom2017, os ataques aéreos e de artilharia da coligação liderada pelos EUA mataram menos de 20 civis por dia,bet mentor é bommédia, segundo a Anistia Internacional.

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Não se sabe ao certo quantos civis viviam ali na época, mas funcionários da ONU estimaram que havia entre 50 mil e 100 mil. Além disso, mais de 160 mil civis teriam fugido das suas casas e se deslocaram internamente no país.

E uma investigação da agência de notícias Associated Press sugeriu que entre 9 mil e 11 mil civis foram mortos na batalha de nove meses pela cidade iraquiana de Mosul entre as forças iraquianas apoiadas pelos EUA e o Estado Islâmico, disputa que terminoubet mentor é bom2017.

Isto equivale a uma média de menos de 40 mortes de civis por dia.

Mosul tinha uma população estimadabet mentor é bommenos de 2 milhões de pessoas quando o Estado Islâmico capturou a cidade,bet mentor é bom2014.

Já durante os quase dois anos de guerra na Ucrânia, a ONU estima que pelo menos 10 mil civis foram mortos.

No entanto, a missão de monitoramento de direitos humanos da ONU alertou que o número real pode ser significativamente maior, dados os obstáculos e o tempo necessário para a verificação.

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E comparar as taxas de vítimasbet mentor é bomdiferentes conflitos é difícil,bet mentor é bomparte porque são utilizadas metodologias variadas para estimar as mortes.

Homem agachado sobre escombrosbet mentor é bomGaza
Foto: BBC News Brasil

Quantos combatentes do Hamas foram mortos?

Israel declarou que o seu objetivo é destruir o Hamas, mas não está claro quantos membros do grupo palestino foram mortos.

Autoridades já falarambet mentor é bom"milhares".

O Hamas é considerado uma organização terrorista pelos governos de Israel, do Reino Unido e de alguns outros países.

Mas quando questionado diretamente, as Forças Armadas israelenses disseram que "não têm um número exato de terroristas do Hamas mortos".

Segundo a agência de notícias AFP, funcionários israelenses de alto escalão sugeriram que Israel matou dois civis palestinos para cada combatente do Hamas.

Essa proporção foi descrita pelo porta-voz das Forças Armadas, Jonathan Conricus, como "tremendamente positiva".

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A BBC não conseguiu estabelecer um método claro de verificação do número de combatentes mortos.

O professor Michael Spagat diz que "não ficaria surpreso" se cerca de 80% dos mortos fossem civis.

Não existem "números confiáveis" da razão entre civis e combatentes mortosbet mentor é bomGaza, dizem Hamit Dardagan e John Sloboda, da Iraq Body Count, uma organização com experiência na contagem e análise de mortesbet mentor é bomconflitos no Iraque.

*Becky Dale contribuiu para esta reportagem.

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Fontes de referência

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