jogador do arsenal apostas-Por que a morte de um advogado gerou onda de violência inédita na Colômbia
jogador do arsenal apostas
Indícios e testemunhas apontam que Javier Ordóñez, de 45 anos, foi espancado e morto enquanto estava sob custódia da polícia de Bogotá. O episódio causou uma série de protestos na cidade, reprimidos pela polícia inclusive com armas de fogo.
Daniel Pardo - Correspondente da BBC News Mundo na Colômbia
jogador do arsenal apostas de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Um terço dos 156 Comandos de Atenção Imediata de Bogotá foram incendiados e destruídosjogador do arsenal apostasprotestos na capital colombiana nos últimos dias.
Foijogador do arsenal apostasuma dessas unidades policiais, espalhadas pela cidade com o intuito de dar respostas rápidas e direcionadas a ocorrênciasjogador do arsenal apostasdeterminadas áreas, que, segundo testemunhas e médicos forenses, Javier Ordóñez, um advogado de 45 anos, sofreu nove fraturas no crânio antes de morrer, pouco depois,jogador do arsenal apostasum hospital.
Conhecidas entre os colombianos como CAI, esses postos policiais foram criados quando Bogotá era uma das cidades mais perigosas do mundo,jogador do arsenal apostas1987, com o objetivo de monitorar determinadas jurisdições e, segundo a prefeitura, "de estreitar os laços entre a polícia e a comunidade".
Especialistas ouvidos pela BBC News Mundo, serviçojogador do arsenal apostaslíngua espanhola da BBC, afirmam que o que aconteceu foi o contrário: na percepção dos moradores de Bogotá, sobretudo os jovens, os CAI são focos de abuso, corrupção e tráfico de drogas.
Assim, quando o caso Ordóñez foi noticiado, a indignação da população local se voltou contra a figura dos CAI, especialmente depois do surgimento de versões que diziam que o homem havia sido torturado e da divulgação de um vídeojogador do arsenal apostasque teria havido abuso por parte dos policiais.
Nem mesmo durante os protestos de 2019, que ficaram conhecidos como Paro Nacional,jogador do arsenal apostasque morreram quatro pessoas, os protestos desencaderam tanta violência ou a resposta das autoridades foi tão repressiva.
Publicidade
Desta vez, a polícia passou a usar arma de fogo, algo inédito nas últimas décadas, e chegou a se aliar a civis encapuzados para perseguir jovens que havia colocado fogo nas unidades.
Pelo menos 14 pessoas morreram nos enfrentamentos, a maioria jovens feridos por armas de fogo. Centenas de cidadãos e policiais ficaram feridos.
A prefeita da cidade, Claudia López, afirmou na sexta (11/9) que entregou ao governo uma hora e meia de vídeo de "policiais uniformizados e supostos policiais a paisana" vistos "com clareza" disparando indiscriminadamente. Ela afirmou ter 119 denúncias de ataques nesse sentido.
jogador do arsenal apostas
O que dizem autoridades
A polícia e o governo do presidente Ivan Duque anunciaram reformas para evitar abusos, pediram desculpas pelo caso Ordóñez e disseram que graças à política de "tolerância zero"jogador do arsenal apostasvigor há atualmente 1.924 processos disciplinares abertos e foram aplicadas sanções a 276 funcionários por abuso de força nos últimos 18 meses.
Em relação ao uso de armas de fogojogador do arsenal apostasmanifestações contra civis, as autoridades afirmam que vão investigar e reiteram o rechaço à violência.
"Os policiais só podem usar arma de fogo se forem atacados com arma proporcional", afirmou o secretário de Segurança do município, Hugo Acero.
Publicidade
"Como se vê nos vídeos compartilhados, estão desobedecendo a lei", acrescentou. Na última quarta (9/9), a prefeita de Bogotá havia ordenado que as forças policiais não utilizassem armas de fogo.
Um informe de inteligência da polícia vazado aos meios de comunicação locais aponta que os ataques teriam sido supostamente fruto de uma operação organizada por "grupos urbanos de esquerda subversivos."
Enquanto não há ainda uma versão oficial sobre o que vem acontecendo, olhar para a estrutura da polícia e, mais particularmente, para os CAIs, ajuda a entender o que parece ser a jornada mais violenta de protestos da história recente de Bogotá.
Relação de desconfiança
"Para explicar o que aconteceu com a polícia é preciso explicar o que acontece com as pessoas, porque no dia 9 houve uma explosão espontânea de ambas as partes", afirma Mauricio Albarracín, subdirector da ONG defensora dos direitos humanos Dejusticia.
Publicidade
"As pessoas disseram: 'Não aguentamos mais'", diz ele, fazendo referência à situação causada pela situação econômica, na educação e na segurança que está por trás dos protestos.
É provável, assim, que os policias também tenham chegado a um limite.
"Os policiais sentem que a prefeitura os colocoujogador do arsenal apostasuma situação de atrito com a população desde o início da pandemia; sobrecarregaram-nos com tarefas como o cumprimento dos cordões epidemiológicos ou a imposição de multas a quem violasse as normas de distanciamento social", pontua Jorge Mantilla, especialistajogador do arsenal apostassegurança que trabalhou no serviço municipal por cinco anos.
Além disso, desde que se aprovou a aposentadoria de policiais com 20 anos de serviço,jogador do arsenal apostas2018, tem acontecido uma fuga de funcionários que reduziu o efetivojogador do arsenal apostasBogotá de 20 mil para 16,5 mil, conforme os dados oficiais. Foram relaxados os critérios de recrutamento e reduzido o período de capacitação.
Os policiais que enfrentaram os jovens na quarta-feira, então, podem ter a mesma idade dos manifestantes, além dos mesmos problemas para pagar contas e acessar os sistemas de educação e saúde.
Publicidade
"Eles (policiais) sofreram um aumento de pressão e desgaste durante a pandemia. Tiveram que trabalhar mais com menos, porque 20% dos policiais da cidade ficaramjogador do arsenal apostasisolamento social quase o tempo todo", afirma Acero, da prefeitura.
Segundo um oficial da corporação, "a polícia se sente abandonada e,jogador do arsenal apostasface a este abandono, toma decisões que não estão de acordo com os direitos humanos". Ele falou à reportagem sob condição de anonimato.
Os acontecimentos de quarta-feira não contaram com a presença do esquadrão antimotim Esmad, mas sim de patrulhas especializadas no controle e repressão a criminosos.
"É a primeira vez que a polícia é alvo de um ataque e, diante do descompasso das decisões oficiais com o que ocorre na rua, podem ter surgido expressões de vigilantismo, que são esquadrões da morte, de justiçamento ou até o paramilitarismo ", diz Mantilla.
Publicidade
"Os CAIs", conclui, "geram uma relação de familiaridade entre a polícia e os bandidos, digamos, e como há pouca rotatividade entre eles, a polícia passa a extorquir e revender drogas e isso aumenta o cinismo jurídico, que é um sentimento de que o CAI,jogador do arsenal apostasvez de fornecer segurança, é uma ameaça (à população). "
Enquanto a polícia se sente abandonada e desgastada, os CAIs são vistos pelos jovens de Bogotá como uma fonte de crimes e repressão. Uma diferença de ponto de vista que só pode ter um resultado: violência.
BBC News Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC News Brasil.