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Quando a polícia interveio, desenrolou-se uma cena familiar demais na França, sobretudoesc online bonus boas vindasParis: houve gritos, confusão e pontapés. Os agentes derrubaram as barracas azul-claro, uma delas foi sacudida até um homem cair de dentro dela no chão, exausto. Agressões brutais se sucederam, gás lacrimogênio e cassetetes contra a miséria. Um policial foi filmado golpeando repetidamente um repórter.
São imagens que sacodem todo o país, imagens cuja divulgaçãoesc online bonus boas vindasbreve será ilegal.
É o que garante a nova lei de segurança do presidente Emmanuel Macron, cujo intento, na verdade é proteger os policiais de violência. No entanto, há semanas o debate se concentra quase exclusivamente no Artigo 24, que tornará punível por lei fazer imagens das forças de segurança e difundi-las, se a finalidade for "atentar contraesc online bonus boas vindasintegridade psíquica e física". As penas chegam a 45 mil euros de multa e um ano de prisão.
Críticas ignoradas
O presidente temesc online bonus boas vindasvista a próxima eleição: apresentando-se há meses como "homem da lei e da ordem", ele quer atrair os eleitores de direita. Muitos consideram a nova lei um vergonhoso ataque à liberdade de imprensa. E ao direito.
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Pois a violência policial não é um fenômeno estranho à França: nos últimos anos registraram-se numerosos excessos monstruosos. Como o caso do malinês Adama Traoré, morto aos 24 anosesc online bonus boas vindascustódia policial. Ou o triste balanço dos protestos dos "coletes amarelos": 344 lesões na cabeça, 29 olhos furados, cinco mãos arrancadas e quatro mortos.
Isso não significa que policiais não sejam igualmente hostilizados e feridos. Porém uma sociedade democrática deve dar respaldo a quem documenta e divulga os excessos de violência estatal. A nova lei de segurança torna isso quase impossível.
A crítica vai além das associações de jornalistas francesas. Até mesmo a Comissão Europeia se vê forçada a lembrar o governo Macron que jornalistas deveriam poder "exercer seu trabalho livremente eesc online bonus boas vindasinteira segurança". A Anistia Internacional classificou a lei como "perigosa para os direitos fundamentais".
Em reação a essas críticas, acrescentou-se ao Artigo 24 o adendo de que ele não deve ser interpretadoesc online bonus boas vindasdetrimento do direito de informação - o que não passa de um ridículo subterfúgio.
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Convite ao abuso de poder
A única forma de proteger a liberdade de imprensa seria eliminar inteiramente o Artigo 24. Pois se ele só visa a proteção dos agentes da polícia, então é supérfluo: ameaçar e ofender policiais, também nas redes sociais, já é passível de pena. Portanto o dispositivo não traz nada de novo.
Além disso,esc online bonus boas vindasformulação é vaga demais, convidando ao abuso de poder. Pois quem avalia, numa situação concreta, o que possivelmente ameaça a "integridade psíquica e física" dos agentes? Justamente o atingido pelo delito e encarregado da detenção: o policial! Para tal, basta que se sinta ameaçado.
Com a aprovação dessa lei, a polícia poderá agir contra quem, por exemplo, filme as manifestações e transmita ao vivo para as redes sociais. E mesmo que isso não resulte na condenação do cinegrafista ou jornalista, o registro foi interrompido. E tais gravações são fontes essenciais de documentação da violência policial.
Essa lei é perigosa. Até o momento, os franceses vivem num Estado liberal, democrático, e deve continuar assim. Pois também forças reacionárias almejam ao poder. Toda lei que restrinja, já agora, os direitos fundamentais oferece a futuros governos a possibilidade de cerceá-los ainda mais.
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Os jornalistas não podem ter medo de ser arbitrariamente presos pela polícia, nem na França, nemesc online bonus boas vindasnenhum lugar da Europa. É triste que isso não seja mais óbvio para Emmanuel Macron, que ainda poucas semanas atrás se encenava como defensor da liberdade de opinião.
A franco-alemã Luisa von Richthofen é jornalista da Deutsche Welle. O texto acima reflete a opinião pessoal da autora, e não necessariamente da DW.
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