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A pergunta veio pelo celular. Era “número não identificado”. Atendi mesmo assim. “Marina? É a Marina”. “Sim”. “Então, tô te procurando porque uma amiga me falou que você é a Marina, a vidente do amor”.
Rapidamente minha cabeça conectou uma porção de coisas. Pensei: “Quê?”. Nunca tinham me dado tal alcunha, aliás, nunca tinham me dado qualquer alcunha. Soou estranho: vidente do amor, do amor. Puxa, que responsabilidade.
PublicidadeNum átimo organizei o que pude das ideias, ainda sacudida pela importância do que acabava de ouvir e respondi, enquanto no meu âmago ressoavasuperbet88 net cadastroeco “do amor”, “do amor”: “Não. Não, não” – repeti para ser incisiva. “Sou a Marina, vidente. Marina Gold, vidente – mas não só do amor, exclusivamente do amor”.
“Ah! Entendo”, disse a voz ao celular. “É que eu tenho um probleminha no campo amoroso. Uma relação amorosa complicada. Umas dúvidas. Precisava saber qual caminho seguir”.
Ela não sabia qual caminho. Eu, apoiada nessa breve maneira que fui abordada, sim. A estratégia era simples, minha interlocutora estava obcecada e precisava de uma revelação aparentemente simples, contudo bastante complexa naquela situação: da mesma forma que eu não sou apenas uma “vidente do amor”, a vida também se dispersa. A vida não é apenas a energia amorosa, a vida é plural, diversa, aberta, variada e mais rica enfim.
Na conversa ao celular (que se alongou) e na consulta posterior (que exigiu desdobramentos de dedicação e paciência), trabalhamos a busca da felicidade como libertação do apego amoroso exagerado.
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