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Ela apareceu. Surgiu do nada, como toda surpresa. Mãe e filha haviam acabado de voltar do supermercado, passando pelo portão de casa vazio. Dois minutos depois, guardando as compras do mês, toca a campainha. Quem teria sido? Seguramente não aquela bolinha de tênis, aninhada num velho pano de prato, a cachorrinha de cor caramelo.
Sol de janeiro, abrasador, as duas estancaram por um instante. Pela rua, lado de cima e de baixo, só se encontrava solidão, silêncio. Três seres vivos, atônitos e enroladoscadastro betanoseus pensamentos.
PublicidadeA cachorrinha queria mamar, a menina queria de ter uma cachorrinha, a mãe queria de que aquilo não estivesse acontecendo – não naquele momento difícil e agitado, decisivo e implacável dacadastro betanovida.
Era início de ano, época difícil. Sob forte insistência, mamãe cedeu, preocupada, perguntando para si mesma como somaria outra responsabilidade – na verdade várias: água, comida, higiene, vacina, remédio, passeio, além das características imprevisíveis dos mamíferos – nacadastro betanoagenda cheia de transbordar.
Nome? Porque era a inicial delas e queriam algo curto, escolheram o minimalismo bem feminino de uma única letra, a cachorrinha ficou chamando M (ême: a décima terceira letra do alfabeto; de mulher, mãe e menina).
Boa vontade foi presença obrigatória naqueles primeiros dias. Amamentavam de conta-gotas. O berço, escolhido pela própria cachorrinha, as pantufas mais fofinhas. Noites inteirascadastro betanoque o choro assustado pedia, era acalentada no colo.
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