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Cabeleireiras e barbeiros movimentam a moda e constroem história nos territórios periféricos do Recife. A diversidade de modelos, estilos e técnicas impulsiona a economia local e demonstra a evolução da profissão nos últimos anos, como no bairro do Ibura, maior favela do Recife, onde vários profissionais da arte do corte atraem a autoestima e a ousadia dos clientes.
O Ibura é um bairro da zona sul da capital pernambucana, divididogalera.bet cnpjIbura de Cima e Ibura de Baixo – esta parte é plana e até abaixo do nível do mar. A outra, no alto, tem formações montanhosas e morros repletos de casas e escadarias.
Nas duas partes funciona todo tipo de comércio, mercados, farmácias e padarias, além das diversas atividades voltadas para a estética, como design de cabelos e sobrancelhas, assim como colocação de unhas de gel. As barbearias e salões de beleza vêm influenciando a moda e se destacando no fortalecimento da economia das quebradas.
Estilos de cabelo sempre representaram expressão, cultura e identidade na história humana, e com o avanço das técnicas, equipamentos e produtos, a profissão de cortar cabelo e fazer barba segue uma tendência de crescimento, não só nas periferias do Recife.
Deda, a cabeleireira mais antiga do bairro
Maria José, 59 anos, conhecida como Deda desde a infância, nome que levou para a profissão, é proprietária do salão de beleza Deda Cabellus, na comunidade 27 de Novembro. Ela é a mais antiga do ramo no bairro, tendo começadogalera.bet cnpj1991, anogalera.bet cnpjque fez o curso de cabeleireira.
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Desde criança, Deda observava o pai cortando o cabelo das crianças e achava interessante. Foigalera.bet cnpjinspiração. “Caseigalera.bet cnpj1990 e, no ano seguinte, comecei o curso de cabeleireira. Com três meses, a professora me entregou o certificado e disse para eu começar a trabalhargalera.bet cnpjcasa, de graça. E eu fiz isso por mais ou menos um mês e depois passei a cobrar a metade do valor cobrado no território.”
Deu certo. Em seguida, alugou espaço e continuou o trabalho. Está no mesmo local até hoje. “Comecei com cortes masculinos, as mulheres me viram cortando e começaram a vir no salão”, lembra Deda.
Ela gosta muito de cortar cabelos longos e fazer vários tipos de cortes. “A maior alegria é quando chega um cliente antigo, que voltou porque gostou do trabalho. Isso, pra mim, é muito satisfatório.”
Biro, influenciado pelo irmão
Diogo Araújo, 29 anos, conhecido como Biro Cortes, temgalera.bet cnpjbarbearia na comunidade UR-11, onde nasceu e atua desde 2014. “Somos uma arte de vida que representa a quebrada, somos dignos do nosso salário, pois sabemos que toda conquista vem com o esforço do dia a dia.”
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O irmão de Biro era barbeiro e vê-lo atuando o motivou. No início, Diogo trabalhavagalera.bet cnpjuma empresa e na barbearia, até que decidiu investir exclusivamente na área de beleza.
“Iniciei com o freestyle, o estilo livre, que é a técnica de desenhos, e tive várias referências, como MK, Rob The Original, GL, que me permitiram ter uma visão ampla da área. A partir daí, passei a buscar mais conhecimento e me especializar, para evoluir nas técnicas. São muitas novidades, tanto no freestyle quanto no corte tradicional”, explica Biro.
Quando a mãe liberou, Smaik não parou mais
Outra barbearia com história é a de Phillipi Raphael, 29 anos, conhecido como Smaik du Corte. Ele começougalera.bet cnpj2015, após terminar o estágio de jovem aprendiz na área de comércio e varejo. Sua barbearia funciona na comunidade 27 de Novembro.
“Gostava muito de cortar meu cabelo, estava na barbearia toda semana, e isso me atraiu. De lá pra cá, trouxe várias conquistas para minha vida. Na minha infância, eu via o garoto do grupo Mulekada lançar freestyles no cabelo, mas minha mãe não deixava fazer. Quando ela liberou, fiz os desenhos de ponta a ponta”, relembra Smaik.
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Ele não vê barbeiros que surgem diariamente como concorrentes, pois são pessoas batalhando na vida igual a ele, levando o pão para casa. O problema não são os outros, foi a pandemia de Covid-19, que comprometeu salões de beleza e barbearias.
Covid quase acabou com os negócios
Segundo Biro, ninguém estava preparado para lidar com a disseminação do coronavírus. Foi um período encarado como desafio, na expectativa de superar a fase e voltar às atividades.
“Não podíamos estar envolvidos com pessoas, atrapalhou muito. Barbeiros tiveram nomes negativados, não puderam pegar empréstimo, alguns adoeceram e outros levaram multa porque precisavam trabalhar.” Ele começou a cortargalera.bet cnpjdomicílio assim que a vacina foi liberada, com o uso da carteirinha. “Foi um alívio, né?”.
Segundo Smaik, “a pandemia foi bastante sinistra, visse? Minha esposa estava com nove meses de gravidez, eu parei uma semana, com medo que meu filho ou minha esposa pegassem a doença. Pra cortar cabelo, parecia que estava traficando, tinha que juntar dois ou três clientes e driblar a polícia e a vigilância sanitária, pois não era permitido trabalho que não fosse essencial – pra eles né?”.
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Ele botava o cliente para dentro, fechava a porta e passava o cadeado “porque, além das nossas obrigações com a família, ainda corria o risco de levar uma multa de mais de dez mil reais. Isso fez com que a gente trabalhasse se escondendo. Foi bastante humilhante”, desabafa Smaik, que agora faz barba, cabelo e bigode a todo vapor.