betmais 365 app-Substâncias psicodélicas quebram tabus com potenciais avanços à psiquiatria
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Uso do chá de ayahuasca, LSD, mescalina e outros são estudados e experimentados para medicar depressão e outros transtornosbetmais 365 app de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
No mundo, quase um bilhão de pessoas sofrem de algum transtorno mental, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) levantadosbetmais 365 app2019. Outro levantamento do mesmo ano, da plataforma de terapias online Vittude, aponta que 86% da população do Brasil passa ou passou por isso.
Parte desses pacientes recorre aos tratamentos tradicionais aprovados pelos órgãos reguladores. Outros esperam poder se curar por drogas psicodélicas, que ainda não têm comprovação científica.
Ainda assim, alguns dos cientistas mais renomados do Brasil e do mundo levam o tema muito a sério. Pesquisadores estão mergulhadosbetmais 365 appestudos sobre os efeitos desses medicamentos alternativos nos tratamentos psiquiátricos.
O Brasil, inclusive, é uma das referências mundiaisbetmais 365 apppesquisas desenvolvidas com o chá de ayahuasca, um potencial alucinógeno utilizado por indígenas na Amazôniabetmais 365 apprituais de cura.
O chá combina a folha de chacruna — que contém um psicodélico natural chamado DMT — com a vinha de ayahuasca. Essa junção cria uma experiência psicodélica que pode durar horas.
O professor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Draulio Araujo, conduz um projeto de pesquisabetmais 365 apppacientes que apresentavam quadros de depressão que resistiam aos tratamentos disponíveis. Metade dos pacientes se submeteu a uma intervenção com ayahuasca e a outra metade com placebo (dose sem ação farmacológica).
“O que a gente observou foi uma mudança muito significativa na redução dos sintomas de depressão nos pacientes que se submeteram à intervenção com ayahuasca”, disse o pesquisador.
O que são psicodélicos?
Psicodélicos são substâncias químicas que agem no cérebro modificando o estado habitual de consciência. Também são conhecidos como alucinógenos.
São exemplos de psicodélicos clássicos a dietilamina do ácido lisérgico (LSD); a mescalina, extraída do peyote (um pequeno cacto); e a dimetil-triptamina (DMT), presentebetmais 365 appvárias plantas, como a ayahuasca.
Também são psicodélicos a psilocibina, encontradabetmais 365 appvárias espécies de cogumelos; a cetamina, o MDMA e a ibogaína, dentre outros.
Os psicodélicos atuam principalmente na serotonina, o hormônio que regula a felicidade no cérebro. Também causam outros efeitos principalmente durante a fase aguda, que ocorre nos primeiros minutos ou primeiras horas após a ingestão, dependendo da substância.
O que o tratamento com psicodélicos traz de novo?
Os estudosbetmais 365 appcurso têm testado o tratamento do psicodélico com cerca de três a nove sessões dirigidas. Dessas, o paciente toma de uma a três doses, dependendo do caso. A ingestão do psicodélico deve ser sempre ministrada e acompanhada por um médico ou alguém da equipe multiprofissional, que pode incluir profissionais como psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e nutricionistas.
“[O tratamento] trabalha junto ao paciente as memórias, situações oníricas e as emoções que afloram durante o efeito do psicodélico”, diz o médico psiquiatra Andre Brooking Negrão, coordenador do Ambulatório de Sedativos e Hipnóticos do Centro de Álcool e Drogas do Instituo Perdizes do HCFM da Universidade de São Paulo (USP).
Os estudos no Brasil normalmente englobam transtornos associados ao uso de álcool, do estresse pós-traumático e a depressão, segundo ele.
Para Draulio Araujo, há uma redução muito significativa dos sintomas depressivos já um dia após a sessão com ayahuasca.
“Isso é uma mudança muito significativa, tendobetmais 365 appvista que todos os antidepressivos que a gente têm hoje disponíveis no mercado demoram cerca de 15 dias para fazer efeito. O fato de [a ayahuasca] ter um efeito rápido parece ser muito significativo”, comenta Araujo.
Mais estudosbetmais 365 appandamento
Até o momento, no Brasil, nenhum psicodélico atingiu certificações no tratamento de transtornos mentais. Porém, há pesquisasbetmais 365 appandamento buscando evidências científicas para colocá-los no mesmo patamar das abordagens já existentes.
Os pacientes convidados a participar destes estudos receberam os tratamentos já existentes tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto no setor privado. Mas não obtiveram resultados satisfatórios, de acordo com Negrão.
“Infelizmente, teremos que aguardar os resultados destes estudos nacionais e internacionais antes de definir quais serão os pacientes com transtornos mentais que se beneficiarão do uso de psicodélicos. [Descobrir] se esta nova abordagem é igual, ou melhor, às já disponíveis e quais pacientes poderão sofrer prejuízo se usarem no seu tratamento”, disse.
Para Rafael Guimarães dos Santos, pesquisador do Laboratório de Estudos com Alucinógenos Psicodélicosbetmais 365 appSaúde Mental da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP), ainda são poucos os estudosbetmais 365 appalucinógenos na comparação com a indústria farmacêutica. Mas os primeiros resultados já seriam promissores, nabetmais 365 appvisão.
“Tem muita gente pedindo para legalizar o uso medicinal, só que não tem muita evidência para fazer isso. Então, não tem nenhum deles que você possa efetivamente receitar hojebetmais 365 appdia nos termos científicos”, disse o pesquisador.
O professor diz que o Brasil é um dos países que mais produz estudos nessa área porque permite acesso livre à ayahuasca para pesquisas. O mesmo não acontece com outros psicodélicos, porém.
“As pesquisas com LSD e psilocibina são feitas mais no exterior porque no Brasil são substâncias proibidas. Então até para você ter acesso à pesquisa é um pouco mais complicado. É um campo que está crescendo, mas é um campo jovem ainda”, disse.
Ele prevê que a psilocibina seja regulamentada para depressão — especialmente nos Estados Unidos e Europa — nos próximos cinco a 10 anos. No Brasil, acredita no potencial da ayahuasca, mas isso irá depender dos resultados científicos.
“O Brasil já tem acesso à substância. Tem que ser avaliado como isso vai ser feitobetmais 365 apptermos de uso, porque tem toda a questão religiosa, a ayahuasca não pode ser patenteada”, disse. “Se houver algo [em novas leis], que seja seguindo as regras e valorizando um produto nosso, da Amazônia, descoberto pelos povos indígenas. Tomara que possa ajudar as pessoas”, incluiu Santos.
Os psicodélicos são para todos?
Não. Os especialistas são unânimesbetmais 365 appressaltar que os tratamentos com drogas psicodélicas não são direcionados a todos os pacientes e podem apresentar riscos. Logo, é preciso cautela, mesmobetmais 365 appterapias assistidas por profissionais da saúde.
Os psicodélicos não são recomendadosbetmais 365 appdeterminados casos, como pacientes com risco de apresentar surtos psicóticos, que tenham esquizofrenia ou histórico familiar do transtorno, que tenham depressão que cursa com psicose ou transtorno bipolar. "Isso tudo é avaliado numa triagem feita geralmente por um psiquiatra”, diz Draulio Araujo.
O pesquisador da UFRN cita que a ayahuasca vem sendo utilizada há centenas de anos por populações indígenas e há 100 anos por populações urbanas. Com prescrição médica, porém, é algo novo e ainda estudado.
Algumas religiões têm a ayahuasca como seu sacramento — como o Santo Daime, a União do Vegetal e a Barquinha. “Mas a prescrição médica é algo novo. A medicina e a ciência tentam garantir a segurança dessas pessoas, fazendo uma seleção muito significativa de quem pode e quem não pode se submeter a um tratamento”, disse o neurocientista.
Avanço na Austrália
Em julho deste ano, a Austrália se tornou o primeiro país do mundo a legalizar a prescrição clínica de MDMA e psilocibina para determinados transtornos mentais. Mas a libera "em casos específicos, para poucos médicos e com aprovação precária", na opinião de Marcelo Allevato, membro titular da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
“O uso de uma substância não submetida ao processo regulatório de aprovação é sempre um risco. A prudência manda que nós esperemos as autoridades e vermos os riscos envolvidos. Existem relatos de efeitos adversos com problemas cardíacos, não é legal a população ficar se expondo ao tratamento”, disse o psiquiatra.
Apesar da cautela, ele se mantém positivo aos estudos na área. “A pesquisa séria sempre é vista como algo desejável. É sempre bom termos uma opinião baseadabetmais 365 appevidências cientificas, produzidas por pessoas sérias, do que ficar no achismo”, comentou Allevato.