bet365 com a-COP-27: De candidata ao Oscar a DJ, como os indígenas são a nova cara do debate climático
bet365 com a
Globalizada e tecnológica; nova geração de indígenas brasileiros quer ter voz nas discussões sobre mudança climáticabet365 com a de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Depois de emocionar a plateia na abertura da COP 26, na Escócia, a ativista indígena Txai Suruí desembarcou na COP 27, no Egito, na qualidade de produtora-executiva de um filme candidato ao Oscar. O documentário Território narra a saga da tribo Uruê Uá Uá contra os invasores de suas terras. Para rastrear grileiros e mineradores ilegais, os Uruê Uá Uá começaram a usar drones e aparelhos de geolocalização. Obtiveram fotos e mapas que apresentaram na Justiça como provas contra os criminosos. "O filme não mostra apenas a luta dos indígenas, mas também o fato de que as populações tradicionais são essenciais para deter a mudança climática", diz Txai.
Território recebeu 24 prêmios internacionais, foi exibidobet365 com a130 países e já passou por várias peneiras do Oscar. Txai agora deverá participar das sessões do filme para jurados da Academia, nos Estados Unidos e Europa. O documentário foi exibido ontem no Brazil Climate Action Hub - o pavilhão da sociedade civil que, pelo terceiro ano consecutivo, reuniu os principais representantes brasileiros na COP, entre cientistas, empresários, ativistas e artistas. No coquetel que acompanhou a sessão, Txai apareceu com um cocar de penas de araras, gaviões e papagaios, aves típicas da região onde vivem os Suruí, nação vizinha aos Uruê Uá Uábet365 com aRondônia.
No mesmo dia, no Pavilhão da Juventude, a cinco minutos de caminhada do Brazil Hub, o DJ Eric Terena levantava a plateia combet365 com amúsica eletrizante. Entre os que se rendiam ao ritmo irresistível, poucos sabiam que se tratava de uma trabalho exaustivo de pesquisa musical. Eric já viajou por mais de 60 tribos brasileiras para gravar sons e entender o papel da músicabet365 com acada nação indígena. "Não me limito a gravar, estudo a cultura de cada território", diz o DJ.
A música de Eric combina tradição e tecnologia. Sua composição mais pedida nas pistas dos diversos paísesbet365 com aque se apresentou, Djuena Tikuna, mistura percussão da região do rio Solimões, baixo elétrico e ritmos da terra do DJ, Mato Grosso do Sul. Eric se apresenta usando um cocar de arara canindé, ave típica debet365 com aregião.
Nova postura
O filme de Txai Suruí e a música de Eric Terena são expressões culturais da nova postura dos índios brasileiros, principalmente os da geração mais jovem. Ela inclui uma participação internacional mais forte e o uso intensivo de tecnologia. Vale para a área da cultura e também para a política.
De acordo com Dinamam Tuxá, um dos líderes da Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib), essa nova postura começoubet365 com a2019. "As instituições que nos protegiam começaram a ser desmontadas, e deixamos de ter voz no Brasil", diz Dinamam, com seu cocar de penas de gavião -bet365 com atribo, os Tuxá, é da Bahia, na região do Rio São Francisco, onde há muitos pássaros dessa espécie. "Resolvemos então levar nossa mensagem ao exterior.
A primeira viagem levou uma comitiva da Apib a vários países europeus. Eles visitaram o Parlamento Europeu, na Bélgica, e também países como Alemanha, França, Espanha e Holanda. Nessa viagem inaugural, queriam alertar políticos e empresários para o fato de que muitos produtos consumidos na Europa eram oriundos de desmatamentobet365 com aflorestas tropicais. "Visitamos a Siemens, que faz turbinas para hidrelétricas que destroem nossas comunidades, e criadores de gado na Alemanha e na Áustria, alimentado com soja cultivadabet365 com aárea desmatada", diz Dinamam.
A União Europeia acabou de aprovar,bet365 com asetembro deste ano, uma lei que pune empresas que usam insumos oriundos do desmatamento - o que Dinamam considera uma vitória do lobby da Apib. Eles não viajaram à Europabet365 com a2020 por causa da pandemia, mas mantiveram contatos por zoom com políticos e integrantes do Parlamento Europeu.
Em 2021, a associação levou uma delegação de 40 pessoas para a COP 26,bet365 com aGlasgow. Na COP 27, no Egito, os indígenas brasileiros participam de dezenas de eventos internacionais. Esta foi também a primeira vez que o tradicional pavilhão do Fórum Indígena teve mesas com tradução simultâneabet365 com aportuguês - o que possibilitou uma maior interação dos indígenas brasileiros com ativistas, empresários, políticos, militantes e seus pares internacionais.
"Nós ainda somos pouco ouvidos nas discussões sobre mudança climática, mas essa situação está mudando", disse Marciely Tupari numa das mesas do Fórum Indígena. "E temos mesmo que ser ouvidos porque, além de cuidarmos da florestas, somos os primeiros a sofrer os efeitos da mudança climática. Na minha região já há mulheres que ficaram doentes por causa da contaminação dos rios, devido ao garimpo ilegal."
A plateia multinacional do fórum irrompeubet365 com aaplausos. Marciely é uma das coordenadoras da Coiab, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, e pretende estudar Direito para atuar melhor nas causas que defende.
Essa é uma terceira característica da nova geração de lideranças indígenas, além da inserção internacional e do uso da tecnologia. Eles criam seus próprios sistemas de comunicação e não querem depender do que chamam de "mídia não-indígena". Alana Marchineri, coordenadora da área na Coiab, alimentou freneticamente as redes sociais da brigada amazônica durante a COP-27. "Além de manter as naçõesbet365 com acontato, as redes nos ajudam a mostrar para a população não-indígena a realidade que estamos vivendobet365 com anossos territórios, e como podemos contribuir para mitigar as mudanças climáticas", diz Alana.
Eric Terena tinha uma programação quase diária como DJ na COP 27, mas não deixou de registrar cada passo dos indígenas na conferência com a equipe do Mídia Índia, um coletivo de comunicação fundado por ele. São de Eric Terena as fotos e vídeos que ilustram essa reportagem. Como embet365 com amúsica, Eric combina aspectos culturais e políticos no Mídia Índia.
A totalidade dos indígenas entrevistados para a reportagem demonstrou otimismo com a mudança de governo no Brasil, e promete fazer cobranças, especialmente na área de demarcação de terras. "Minha música tem um lado de protesto, mas meu novo trabalho vai seguir uma linha mais alegre, refletindo o sentimento atual", diz Eric. Seu próximo álbum, calcadobet365 com apesquisas musicaisbet365 com avários territórios, deve chegar ao Spotify no início do ano que vem e já tem nome: Origens.