roleta online free-Latinidades debate contribuição de mulheres negrasroleta online freedefesa de biomas
roleta online free
Festival começou na quinta,roleta online freeBrasília, e vai até domingo (9)roleta online free de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
A programação do segundo dia do 16º Festival Latinidades, realizado no Museu Nacional da República,roleta online freeBrasília, começou nesta sexta-feira (7) com o painel Mulheres Negrasroleta online freeDefesa da Vida e da Floresta.
A especialistaroleta online freepolítica climática Marina Marçal mediou a roda de conversas e, aos presentes, recitou o poema Vozes-Mulheres (leia a íntegra ao final da matéria), da escritora afro-brasileira Conceição Evaristo.
Do extrativismo ao poder público
Primeira a falar, a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA), Edel Nazaré, recordouroleta online freetrajetória pessoal, desde a terra natal, a zona rural da Ilha de Marajó, no Pará; passando pelo extrativismo, o trabalho doméstico; avançando na luta por direitos como conselheira tutelar; que a levou a concluir um mestrado e ser doutoranda na Universidade de Brasília (UnB).
Edel diz ter deixado a invisibilidade. A ocupante do cargo no MMA se vê diante de novos desafios. “Agora, povos e comunidades tradicionais de todo o país, avançaremos de mãos dadas com servidores públicos federais, no enlace de braços,roleta online freeuma fileira ou uma ciranda, ainda que imaginária, tal qual a profecia e o impacto de seringueiros e seringueiras, nos anos de 1970 e 1980, para impedir o avanço das pastagens sobre as florestas.”
Defensora da Amazônia
A secretária de Mulheres do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Maria Nice Machado, levou ao Festival Latinidades experiências dela como mulher negra, quilombola, extrativista da Floresta Amazônica e quebradeira de coco-babaçu. Além da fala, a ativista mostrou produtos da bioeconomia da floresta, como sabonetes, ervas e óleos.
Em entrevista à Agência Brasil, Nice destacou que as mulheres contribuem na defesa da Amazônia e por justiça climática, com conhecimentos tradicionais.
“Eu defendo a Amazônia porque é o coração do mundo, de toda a gente, de todo ser vivo. Todo mundo precisa do ar, água e da floresta para existir. Sem a Amazônia, a gente jamais poderá continuar a viver. Por isso, a gente diz que a morte da Amazônia é o fim das nossas vidas.”
População negra
A última painelista da manhã foi a secretária executiva da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Selma Dealdina. Ela provocou todos a terem olhar mais amplo para a proteção de outros biomas brasileiros, além do amazônico. Naroleta online freefala, citou a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, o Pampa e o Pantanal. “É impossível que um bioma sobreviva sem o outro. Cuidar só da Amazônia e deixar os demais serem destruídos não vai resolver o problema e será criado um problema ainda maior. No Brasil, não existe só a Amazônia. Precisa também olhar para o todo desse país, que a gente está tentando reorganizar.”
Selma Dealdina denunciou a prática de racismo ambiental, que afeta, principalmente, as comunidades de pessoas negras, indígenas e pobres, por exemplo, com a instalação de aterros sanitáriosroleta online freeáreas já marginalizadas. Ela ainda criticou a aceitação do poder público à monocultura do eucalipto e suas implicações ambientais negativas.
A representante da Conaq ainda cobrou políticas públicas voltadas, de fato, ao segmento negro da população, com orçamento público compatível com as atividades que precisam ser desempenhadas, na visão dela. Para Selma Dealdina, a prioridade deve ser a titulação dos territórios quilombolas, para haver justiça social.
A liderança quilombola ainda falou sobre expectativasroleta online freerelação ao poder público para custear políticas antirracistas. “A gente não espera outra resposta do governo que não seja um orçamento voltado à raça, ao gênero, às questões geracionais e da diversidade. Não tem como não olhar para nós, negros e negras, não olhar para periferia, a comunidade LGBTQIA+, as mulheres”, destacou.
“Na política antirracista, não tem como, nos próximos três anos e meio, o atual governo não ver que isso é prioridade. Então, a gente não espera outra coisa do governo que não seja uma divisão justa [do orçamento]”, cobrou.
No fim dos diálogos, a organização da sociedade civil internacional com representação no país Oxfam Brasil anunciou a campanha sobre as mulheres da floresta que será lançadaroleta online free25 julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, com depoimentos de diversas extrativistas brasileiras.
As mulheres repetiram juntas,roleta online freepé, de mãos dadas, sucessivas vezes, o tema da iniciativa: “Onde tem florestaroleta online freepé, tem mulher”.
Festival Latinidades
O 16º Festival Latinidades é promovido pelo Instituto Afrolatinas e tem o apoio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). No Distrito Federal, o evento seguirá até domingo (9),roleta online freedois pontos, no Museu Nacional da República e na cidade do Paranoá.
Neste ano, pela primeira vez, o Festival Latinidades sairá da capital federal e será realizado nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, a partir de 15 de julho até o dia 30. A iniciativa marca o Julho das Pretas, mês escolhido para fortalecer ações políticas coletivas e autônomas de mulheres negras,roleta online freediversas esferas da sociedade.
As inscrições para participar do evento são gratuitas e a programação completa, nas quatro capitais, está no site do festival.
Vozes-Mulheres (De Conceição Evaristo)
“A voz de minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
ecoou lamentos
de uma infância perdida.
A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.
A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.
A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e fome.
A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolheroleta online freesi
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolheroleta online freesi
a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade”.
Edição: Juliana Andrade