fl bet-'Cativeiro do bem': Biólogos criamfl betincubadora pássaro raro que quase sumiu da natureza
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Natural no Cerrado do norte de Minas, a rolinha-do-planalto passou 75 anos sem ser avistadafl betseu habitat e tem apenas 20 indivíduos mapeados no Paísfl bet de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
De olhos azuis, plumagem avermelhada e medindo até 17 centímetros, a rolinha-do-planalto (Columbina cyanopis) se tornou nas últimas décadas uma das aves mais raras do Brasil e criticamente ameaçada de extinção, passando mais de 75 anos sem ser vista na natureza. Agora, um grupo de biólogos e cientistas tenta recriar sob cuidados humanos a população desse pássaro após ter encontrado uma população de 15 indivíduosfl betMinas Gerais.
Há mais de 200 anos, a espécie também era comum no interior de São Paulo. O "renascimento" da rolinha-do-planalto, entretanto, só começou a ser investigadofl bet2015 por um ornitólogo que avistou uma família do pássaro no Parque Estadual de Botumirim, área com mais de 35 mil hectares no Cerrado do norte mineiro.
Nos últimos três anos, uma equipe de biólogos da SAVE Brasil, organização sem fins lucrativos pela conservação de aves, vem estudando como criar uma família desses pássarosfl betambiente controlado e sem o risco de predadores. No último mês, eles finalmente conseguiram extrair dois ovos de Botumirim.
"Achamos que ela tinha desaparecido de vez da natureza", conta Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, que preserva mais de 140 espéciesfl betFoz do Iguaçu (PR) e recebeu os dois filhotes de rolinhas-do-planalto. "Precisamos ter uma população de segurança para manter essa espécie temporariamentefl betum local que seja mais seguro para ela", explica.
A preocupação do grupo de biólogos, que envolveu mais de 30 profissionais do Parque das Aves, da SAVE Brasil e de outros países, não era só os predadores naturais da rolinha-do-planalto, mas também o tráfico de animais silvestres. Paloma explica que foi a venda do pássaro para colecionadores que quase levou àfl betextinção no último século.
Mesmo hoje,fl betque voltou a ser encontrado na natureza, a bióloga explica que o censo dos últimos anos apontou que existem no máximo 20 espécimesfl betMinas Gerais. "É uma população muito pequena. Se acontece alguma catástrofe, como um incêndio florestal, perdemos a espécie de vez", diz Pedro Develey, diretor executivo da SAVE Brasil.
'Cativeiro' do bem
Desde 2020, as equipes da SAVE Brasil e do Parque das Aves têm treinado como cuidar da rolinha-do-planalto fora do seu habitat natural. Para isso, eles têm usado rolinhas roxas, encontradas com mais facilidade na natureza. "Ela é uma espécie muito rara e, por mais que seja uma ave de Cerrado, não é qualquer Cerrado. Precisa de condições muito especiais", afirma Develey.
"(Em Botumirim) há uma taxa de predação natural muito alta, por outra espécie de ave. Vimos que, quando não tiramos os ovos, eles foram predados naturalmente", explica Develey. "Então, tiramos dois ovos de lá e começamos a formar essa populaçãofl betcativeiro."
No Parque das Aves, os cientistas conseguiram recriar o tipo específico de areia branca, arbustos densos e capim nativo que são utilizados pela rolinha-do-planalto para se reproduzir e se alimentar. "Só faz sentido tirarmos de lá e colocar sob cuidados humanos para conseguir uma população de segurança e depois voltá-las para a natureza", diz Develey.
Os dois ovos retirados pela equipe foram "criados na mão" pelos cientistas, ficaramfl betincubadoras até atingirem tamanho e idadefl betque estarão suficientemente fortes para serem soltosfl betum viveiro do Parque das Aves.
"Quando o embrião mexeu foi uma festa. Quando os filhotes nasceram, era uma coisinha tão frágil", conta Develey. "Mas fomos acompanhando como se fosse nossos filhos."
"Esses dois que conseguimos resgatar são bem independentes, mas ainda são filhotes, não têm nem dois meses ainda. Temos muita coisa pela frente", afirma Paloma.
Nos próximos 12 meses, a expectativa é de que a equipe consiga retirar ao menos sete ovos a mais de Botumirim e criá-los no Parque das Aves, para quefl betdois anos a população de segurança seja grande o suficiente para driblar o risco de extinção da espécie. "Aí vou ter o problema que eu quero", diz Develey, "Que é devolver para a natureza".