aposta garantida sportingbet-Sarau no BBB? Encontros poéticos transformaram as periferias
aposta garantida sportingbet
Saraus são encontros para recitar poesia surgidos no século 19 no Brasil. No século 21, foram tomados pelas periferiasSe vai rolar algum sarau no BBB 25, ainda não sabemos. Nas periferias paulistanas, fizeram e fazem história. Pesquisa inédita, a ser defendida na Universidade de São Paulo (USP), traz dados sobre saraus e suas coletâneas literárias.
aposta garantida sportingbet de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Entre as inúmeras cenas de tédio do BBB 25, assistimos ao ator Diogo Almeida propondo, sem muita convicção, “um sarauzinho, cada um canta uma música”. Na vida real, os saraus periféricos são bem mais animados, com mais poesia do que música, e quem cola não precisa de convite.
Saraus são encontros para leitura e declamação de textos literários, especialmente poesia, regados a música, comida e bebida. A tradição foi trazida pela aristocracia portuguesa no século 19, e teve seu auge na passagem para o século 20, quando a literatura brasileira se firmava.
Eram rolês de gente chique. Mas nos primeiros anos do século 21, os saraus foram a principal manifestação literária das quebradas, descendentes diretos do rap e da cultura hip hop. Provavelmente, o ator Diogo Almeida, que sugeriu fazer um sarau no BBB 25, teve contato com algum deles.
Érica Peçanha, antropóloga, professora do Insper e pesquisadora da produção cultural da periferia, viu a cena do BBB 25. Ela observou o ator “tendo que justificar a sugestão porque os colegas ou estranharam ou desconheciam essa atividade”. Ela gostaria que o sarau acontecesse porque “poderia contribuir para popularizar esse tipo de iniciativa”.
Quantos são, onde surgiram?
Os dois primeiros saraus periféricos de São Paulo e Região Metropolitana são Sarau da Cooperifa, de 2001,aposta garantida sportingbetTaboão da Serra, e Sarau do Binho, de 2004, no Campo Limpo. Segundo Érica Peçanha, “nos anos 2010, que marcou certa efervescência cultural nas periferias paulistanas, cerca de 40 saraus eram realizados nas diferentes regiões da cidade”.
“O sarau periférico é uma tecnologia ancestral e contemporânea de encontros. Não é por inventar algo de novo, mas por usar a oralidade e a escritaaposta garantida sportingbetespaços onde a palavra não tinha esse chão, nem esse altar”, diz o editor e escritor Nivaldo Brito.
A pesquisa de mestrado de Brito na USP, ainda inédita, mapeou coletâneas literárias lançadas por saraus de periferias paulistanas. Ele juntou 66 obras, de 24 saraus, com 53.950 exemplares publicados. “Via de regra, os saraus que existem se tornaram itinerantes. Tudo o que está ativo, se move”, diz Brito.
Segundo Érica Peçanha, “há menos saraus realizados regularmente nas periferias”, mas “o mais importante é que os projetos estético, pedagógico e político dos saraus, assim como as carreiras individuais forjadas nesses encontros, continuam vivos”.