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Em um livro, por meio de quadrinhos, Alice Pereira conta a história da própria transição de gênero. Com ilustrações e texto, ela compartilha as maiores dificuldades e medos e também as alegrias de se tornar quem é verdadeiramente. “Senti medo toda a minha vida, enquanto me reprimia. Depois que me libertei, parei de sentir medo. E não vai ser agora que vou voltar. Vamos seguir resistindo, vivendo nossas vidas e contando nossas histórias”, diz um trecho do livro Pequenas Felicidades Trans.
Alice Pereira é ilustradora, quadrinista e atualmente trabalha também com animação. Os quadrinhos estão nacódigo promocional brazino777 hojevida desde cedo. “Eu sempre gostei, acho que aprendi a ler com quadrinho. Só que eu nunca achei que eu tinha capacidade para fazer um. Você cria muito aquele mito de as pessoas terem o dom para fazer as coisas. E isso não é verdade. A gente aprende a fazer as coisas. A gente aprende a dirigir, a gente aprende a tocar instrumentos. A gente aprende a desenhar também”, diz.
PublicidadeFoi pelos quadrinhos que ela compartilhou o que estava vivendo e sentindo durante a transição. Além de sentir a necessidade de ver mais histórias de pessoas trans escritas por pessoas trans, ela queria uma forma de responder às pessoas, que lhe faziam as mesmas perguntas. “Eu comecei a explicar isso por meio dos quadrinhos.”
Alice compartilha os maiores medos: a solidão, o julgamento das pessoas, ser expulsa de casa, ser agredida na rua. Mas também traz o que ela chama de pequenas felicidades trans, como “sair a primeira vez na rua é um marco. Você acha que nunca vai ter coragem, mas quando consegue, é uma libertação muito grande”, diz no livro.
Ela também compartilha o que gostou e o que não gostou de ouvir até então, por exemplo, não gostou quando questionavam se ela tinha certeza que era trans. Ela insere no livro uma seção apenas de comentários e perguntas desagradáveis para não serem feitas a pessoas trans e um glossário com alguns termos LGBTQIA+.
“Eu conheço pessoas que são trans e trabalham com quadrinhos, mas, de todas que eu conheço, eu não sei citar uma que esteja no mainstream [corrente dominante ou convencional] . Elas são todas alternativas. A gente tem muita dificuldade de furar a nossa bolha. A gente acaba ficando restrita porque não está nas principais editoras, não está sendo mostrada. A gente depende muito de feiras ou de redes sociais”, diz.
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