apostas na roleta online-Por que EUA podem barrar raça como critérioapostas na roleta onlineuniversidades

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A Suprema Corte deve anunciar nesta semanaapostas na roleta onlinedecisão sobre dois casos que alegam discriminação racial contra candidatos asiáticos e brancos nos programas de admissão da Universidade Harvard e da Universidade da Carolina do Norte
27 jun 2023 - 07h46
(atualizado às 11h11)
Dois casos diante da Suprema Corte alegam discriminação contra candidatos asiáticos e brancos nos programas de admissão da Universidade Harvard (na foto) e da Universidade da Carolina do Norte.
Dois casos diante da Suprema Corte alegam discriminação contra candidatos asiáticos e brancos nos programas de admissão da Universidade Harvard (na foto) e da Universidade da Carolina do Norte.
Foto: Rose Lincoln/Harvard University / BBC News Brasil

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A Suprema Corte dos Estados Unidos, mais alta instância da Justiça americana, deve anunciar nesta semana uma de suas decisões mais esperadas, que pode definir o futuro do uso de ações afirmativas no ensino superior do país.

Os nove juízes do tribunal deverão emitirapostas na roleta onlineopinião final sobre dois casos que contestam que os programas de admissão da Universidade Harvard e da Universidade da Carolina do Norte (UNC) levemapostas na roleta onlineconta critério racial na seleção de alunos. (Veja detalhes abaixo)

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Os autores dos processos judiciais argumentam que o sistema de seleção resultaapostas na roleta onlinediscriminação racial e prejudica estudantes asiáticos e brancos, que estariam perdendo vagas para candidatos que consideram menos qualificados. Caso os juízes concordem com esse argumento, a prática poderá ser proibida completamente ou restringida na maioria dos casos.

Defensores do uso de ações afirmativas alertam que restrições poderiam levar à redução no número de alunos negros e latinos não apenas nas instituições citadas, masapostas na roleta onlineuniversidadesapostas na roleta onlinetodo o país. Dependendo dos detalhes da decisão dos juízes, o impacto poderia até mesmo ir além do ensino superior, afetando a maneira como empresas contratam seus funcionários.

O uso de cotas, nas quais um determinado número de vagas era reservado a pessoas de minorias raciais, foi considerado inconstitucional pela Suprema Corteapostas na roleta online1978. Mas, na mesma decisão, o tribunal permitiu que universidades usassem ações afirmativas, nas quais a raça dos candidatos é apenas um entre os vários aspectos analisados, com objetivo de formar um corpo estudantil mais diverso.

Nas décadas seguintes, vários processos judiciais contestaram a prática, mas a Suprema Corte sempre reafirmouapostas na roleta onlinelegalidade. No entanto, na atual composição do tribunal, seis dos nove juízes pertencem à chamada ala conservadora (indicados por presidentes do Partido Republicano, três deles por Donald Trump), formando uma "supermaioria" que pode abrir caminho para reverter 45 anos de precedentes.

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Em 2022, essa maioria na Suprema Corte já surpreendeu o país ao abandonar quase 50 anos de precedentes e anular o direito constitucional ao aborto, que era garantido desde a decisão do caso chamado Roe versus Wade, de 1973.

Se no caso do aborto a decisão do tribunal contrariou a opinião da maioria dos americanos, que eram favoráveis à manutenção de Roe versus Wade e ao direito constitucional ao aborto, pesquisas de opinião mostram um cenário mais complexo no que se refere às ações afirmativas.

Apesar de apoiarem a diversidade racial no ensino superior, a maioria dos americanos é contra o uso do critério racial dos candidatos como fator para admissão. Segundo pesquisa do Pew Research Center divulgada no início de junho, "metade dos adultos norte-americanos são contra que universidades levemapostas na roleta onlineconsideração raça e etnia nas decisões de admissão".

No mesmo levantamento, 49% dos entrevistados disseram que considerar a raça dos candidatos torna o processo de admissão menos justo, enquanto apenas 20% afirmaram que torna o processo mais justo, 17% acreditam que não afeta, e 13% disseram não ter certeza.

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Na semana passada, uma pesquisa encomendada pelo jornal The Washington Post e pelo instituto Ipsos revelou que, apesar de 60% dos americanos considerarem programas para aumentar a diversidade "uma coisa boa", 56% apoiariam uma decisão da Suprema Corte que proíba universidades de considerar a raça dos candidatosapostas na roleta onlineseus programas de admissão.

Critérios subjetivos

A decisão da Suprema Corte deve ser anunciada nesta semana e poderá ter impacto no ensino superiorapostas na roleta onlinetodo o país.
Foto: Alessandra Corrêa / BBC News Brasil

O caso contra Harvard, uma das universidades mais prestigiosas e competitivas do país, é especialmente significativo por argumentar que estudantes pertencentes a uma minoria racial, os asiáticos, são prejudicados pelo uso de ações afirmativas.

Em processos anteriores, a alegação costumava ser a de que alunos brancos, que formam a maioria da população do país, eram discriminadosapostas na roleta onlinefavor de candidatos negros ou latinos. No caso de Harvard, o argumento é o de que candidatos asiáticos estão perdendo vagas para estudantes brancos, negros e latinos que consideram menos qualificados.

Para a Asian American Coalition for Education (Coalizão Asiática-Americana para Educação), grupo formadoapostas na roleta online2014 e que apoia os autores das ações, os sistemas de admissãoapostas na roleta onlineHarvard e outras universidades de elite representam "cotas raciais, na prática" e causam "danos enormes" a estudantes de origem asiática.

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"Muitos sentem a necessidade de esconder ou minimizarapostas na roleta onlineidentidade racial para serem admitidos", diz um porta-voz do grupo.

Segundo a organização Students for Fair Admissions (Estudantes por Admissões Justas, ou SFFA, na siglaapostas na roleta onlineinglês), responsável pelas ações na Suprema Corte, como candidatos de origem asiática costumam ter melhor desempenho acadêmico, Harvard estaria reduzindo suas notasapostas na roleta onlinecritérios subjetivos, para limitar seu número e manter o percentual de cada raça no campus inalterado.

De acordo com a SFFA, mesmo com notas mais altasapostas na roleta onlinecategorias objetivas, como desempenho acadêmico ou atividades extracurriculares, os estudantes asiáticos estariam perdendo vagas para alunos menos qualificados devido a resultados piores no critério de "avaliação pessoal", que é subjetivo e inclui aspectos difíceis de quantificar, como "liderança", "confiança", "compaixão" ou "simpatia".

Uma das alegações da SFFA é a de que, se as políticas de admissão fossem neutrasapostas na roleta onlinerelação à raça dos candidatos, levandoapostas na roleta onlineconta apenas o desempenho acadêmico, mais da metade dos estudantes admitidos seriam de origem asiática.

Harvard nega essas alegações e diz usar "uma avaliação individual completa", na qual a raça dos candidatos é apenas um entre os critérios analisados e nunca é considerada de maneira negativa.

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"O comitê de admissão considera o histórico e as experiências únicas de cada candidato, juntamente com notas e resultados de testes, para encontrar candidatos com habilidades e caráter excepcionais, que podem ajudar a criar uma comunidade diversificadaapostas na roleta onlinevárias dimensões (incluindo interesses acadêmicos e extracurriculares, raça, histórico e experiências de vida)", diz a universidadeapostas na roleta onlinenota.

Os advogados que defendem Harvard na ação lembram que seu sistema de admissões é considerado modelo no país, tendo sido inclusive elogiado pela Suprema Corte emapostas na roleta onlinedecisão de 1978. Ressaltam ainda que o número de candidatos qualificados excede muito o total de vagas, "obrigando a universidade a considerar outros aspectos além de notas e desempenhoapostas na roleta onlinetestes".

O sistema de admissãoapostas na roleta onlineHarvard, assim comoapostas na roleta onlineoutras universidades de ponta, é notoriamente envoltoapostas na roleta onlinesegredo, e menos de 5% dos candidatos conseguem uma vaga a cada ano. Na turma mais recente, de 56.937 inscritos, somente 1.942 foram aceitos, entre os quais 29,9% são estudantes de origem asiática, 15,3% são negros, 11,3% latinos e 2,2% indígenas.

Durante a fase de argumentos orais do caso na Suprema Corte,apostas na roleta onlineoutubro do ano passado, um dos juízes, Samuel Alito, questionou o que leva candidatos de origem asiática a receber "notas de avaliação pessoal mais baixas do que qualquer outro grupo".

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"Ou eles realmente carecem de integridade, coragem, bondade e empatia no mesmo grau que os alunos de outras raças, ou deve haver algo errado com essa pontuação pessoal", disse Alito.

Histórico e ações anteriores

As ações afirmativas nos Estados Unidos são diferentes do que ocorre no Brasil, onde mais da metade da população é negra. No sistema brasileiro, duas leis, de 2012 e 2014, detalham o uso de cotas raciaisapostas na roleta onlineuniversidades públicas e concursos públicos federais, com objetivo de corrigir desigualdades históricas enfrentadas por pessoas negras e indígenas.

Nos Estados Unidos, onde atualmente pessoas negras representam cerca de 13% da população, hispânicos são 19%, e asiáticosapostas na roleta onlinetorno de 6%, o histórico das ações afirmativas remonta à década de 1960, quando o movimento de luta pelos direitos civis estava no auge.

Em uma ordem executiva de 1961, o então presidente John Kennedy determinou que fossem tomadas "ações afirmativas" para garantir que trabalhadores não fossem discriminados porapostas na roleta onlineraça, crença, cor ou origem nacional. Outras medidas semelhantes foram adotadas nos anos seguintes por Kennedy e por seu sucessor, Lyndon Johnson.

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O objetivo era oferecer oportunidades a representantes de minorias raciais e combater as desigualdades resultantes dos séculos de escravidão e de políticas de segregação enfrentados pela população negra. Como na época estudantes brancos formavam a grande maioria no ensino superior, as ações afirmativas representavam também uma oportunidade de tornar as universidades mais racialmente integradas.

Desde o início, no entanto, essas medidas provocaram divisões e foram contestadas, especialmente por grupos conservadores, e no fim da década de 1970 um desses casos chegou à Suprema Corte.

Rejeitado pela faculdade de medicina da Universidade da Califórnia, onde 16 de 100 vagas eram reservadas para alunos de minorias raciais, um estudante branco chamado Allan Bakke entrou com um processo alegando que esse sistema de cotas era inconstitucional e violava a Lei dos Direitos Civis de 1964.

O tribunal anunciouapostas na roleta onlinedecisãoapostas na roleta online1978, concordando com o argumento e tornando o uso de cotas raciais inconstitucional. Mas os juízes permitiram que, mesmo sem cotas, as universidades continuassem a usar ações afirmativasapostas na roleta onlinedeterminadas circunstâncias e pudessem incluir a raça dos candidatos entre os critérios de admissão, para promover a diversidade no campus.

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Atualmente, a prática é permitidaapostas na roleta onlineinstituições de ensino na maioria dos Estados, com exceção da Califórnia, Flórida, Michigan, Nebraska, Arizona, New Hampshire, Oklahoma e Idaho, onde o uso de ações afirmativas considerando a raça dos candidatos é proibidoapostas na roleta onlineuniversidades públicas.

A Suprema Corte reafirmouapostas na roleta onlineposição 25 anos depois, no caso Grutter versus Bollinger, que contestava o uso de ações afirmativas pela Universidade de Michigan e foi decididoapostas na roleta online2003. Agora, no entanto, as ações diante da Suprema Corte pedem que os juízes revertam essa decisão.

As ações contra Harvard e a UNC foram iniciadasapostas na roleta online2014 e são fruto dos esforços do ativista conservador Edward Blum, que já moveu mais de 20 processos questionando o uso de preferências raciaisapostas na roleta onlinediversos setores e é o fundador da SFFA.

A organização diz representar "mais de 20 mil estudantes, pais e outros que acreditam que preferências raciaisapostas na roleta onlineadmissões a universidades são injustas, desnecessárias e inconstitucionais" e defende que "a raça e a etnia de um estudante não devem ser fatores que prejudicam nem ajudam a ganhar admissãoapostas na roleta onlineuma universidade".

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A SFFA entrou com os processosapostas na roleta onlinenome de candidatos rejeitados, alegando que as universidades praticam "discriminação racial injusta e ilegalapostas na roleta onlinesuas políticas de admissão", o que é negado por ambas.

Juízes de instâncias inferiores deram decisões favoráveis às duas universidades, mas a SFFA apelou, e os casos acabaram litigados até chegar à Suprema Corte, no ano passado.

Além das alegações contra ambas universidades, a SFFA pede que o tribunal "anule Grutter versus Bollinger e determine que nenhuma instituição de ensino superior possa usar classificações e preferências raciais ou étnicas como fatores nas admissões".

De acordo com a SFFA, o uso da raçaapostas na roleta onlineprocessos de seleção viola a garantia constitucional de igualdade de proteção da lei.

Alternativas e dificuldades

O caso contra Harvard, uma das universidades mais prestigiosas do país, é significativo por argumentar que ações afirmativas prejudicam estudantes pertencentes a uma minoria racial
Foto: Kris Snibbe/Harvard University / BBC News Brasil

Defensores do uso de ações afirmativas salientam que elas são essenciais para que o ambiente acadêmico possa refletir a diversidade racial da sociedade americana e ressaltam que isso é importante para a formação dos alunos e beneficia estudantes de todas as origens.

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Também afirmam que restrições levariam a aumento da desigualdade, prejudicando principalmente estudantes negros e latinos.

"Se Harvard deixasse de levarapostas na roleta onlineconsideração a raça como um fatorapostas na roleta onlineseu processo de admissão e adotasse as alternativas racialmente neutras sugeridas pela SFFA, o resultado seria um corpo estudantil que não conseguiria alcançar a diversidade e a excelência que buscamos", diz a universidadeapostas na roleta onlinenota.

"Isso comprometeria severamente a capacidade de alcançar os benefícios educacionais oriundos de um corpo estudantil diversificadoapostas na roleta onlinediversas dimensões, incluindo raça", afirma Harvard.

Mesmo entre a comunidade asiática, não há consenso sobre o tema. Enquanto organizações como a Asian American Coalition for Education pedem o fim das ações afirmativas, outros grupos, como o Asian Americans Advancing Justice, dedicada à defesa dos direitos civis de americanos de origem asiática, são favoráveis à prática.

Sem os detalhes sobre a decisão da Suprema Corte, é cedo para saber que alternativas as universidades poderiam usar com o objetivo de manter a diversidade. Mas muitos defensores das ações afirmativas apontam para as dificuldades enfrentadas por instituições que abandonaram a prática e buscaram outras ferramentas, como considerar as condições socioeconômicas dos candidatos.

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Um exemplo frequentemente citado é o da Califórnia, onde as ações afirmativas foram proibidas e, apesar dos esforços das instituições de ensino, a população estudantil não reflete a diversidade do Estado.

"Apesar de extensos esforços, a Universidade da Califórnia enfrenta dificuldadesapostas na roleta onlinematricular um corpo discente suficientemente diversificado racialmente", disseram representantes da universidadeapostas na roleta onlinedocumento enviado à Suprema Corte para apoiar as políticas de ações afirmativas.

"Isso é especialmente aparente nos campi mais seletivos da UC, onde os alunos negros, indígenas e latinos estão sub-representados e relatam sentimentos de isolamento racial", diz o texto.

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Fontes de referência

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