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Em carro descaracterizado, sem placa oficial e com película escura nos vidros, o ministro da Defesa, José Múcio, foi sentir pessoalmente o clima das aglomerações de opositores ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, neste domingo, 8, atrás do Quartel General do Exército de Brasília, onde ficam residências de oficiais. Não foi reconhecido, nem abordado pelos manifestantes.
Na segunda-feira, haverá uma reunião de ministros com representantes do Governo do DF para fazer um balanço dos atos do domingo, traçar um mapa das áreas ocupadas e avaliar as formas de agir para tirar esses opositores -- não mais chamados de bolsonaristas -- de áreas estratégicas da capital da República. E a pergunta chave continua sendo: quem financia esses movimentos?
PublicidadeEm conversas com o ministro da Justiça, Flávio Dino, que convocou a Força Nacional, e com o governador do DF, Ibaneis Rocha, responsável pela ação policial, Múcio está relatando que é "muita gente", inclusive senhores e senhoras de mais idade, com travesseiros, roupas e mantimentos, dando sinais de que estão dispostos a ficar. Isso dificulta a estratégia de reação.
Múcio, Dino e Ibaneis, que se consideram "de prontidão", estão acompanhando de perto, e com relatos detalhados dos setores de inteligência dos governos federal e do DF, o andamento dos protestos, que levaram a Brasília mais de cem ônibus neste fim de semana. O acesso às residências de oficiais, na área do QG do Exército, está fechado. Também há bloqueio a ônibus, caminhões e carros na Esplanada dos Ministérios, a partir da Rodoviária do Plano Piloto até a Praça dos Três Poderes, onde ficam o Palácio do Planalto, a sede do Executivo, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
Manifestantes estão liberados a passar, mas só a pé, sem portar qualquer tipo de arma branca ou de fogo ou qualquer objeto que possa servir para atos de violência. A ordem, tanto para a Força Nacional, com cerca de 150 integrantes, quanto para a polícia do DF, com um contingente muito maior, é não intervir enquanto os protestos forem pacíficos. A presença maciça de agentes e policiais serve para monitoramento, vigilância e dissuasão - ou seja, de alerta contra agressões a pessoas e ataques a prédios públicos.
As formas de reação têm sido intensamente discutidas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Governo Ibaneis Rocha. Há setores defendendo mais rigor para expulsar os manifestantes de áreas militares, por exemplo, e outros pedindo calma e "dando tempo ao tempo".
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