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A Câmara de São Paulo deve abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, na região central de São Paulo. As assinaturas necessárias já foram recolhidas. O autor da proposta, vereador Rubinho Nunes (União), prevê que a comissão será instauradaag aposta ganhafevereiro, após o recesso parlamentar. Segundo ele, o padre Júlio Lancellotti será um dos principais alvos da CPI das ONGs.
Rubinho acusa as organizações de promoverem uma "máfia da miséria", que "explora os dependentes químicos do centro da capital". Segundo ele, essas organizações recebem dinheiro público para distribuir alimentos, kit de higiene e itens para o uso de drogas, prática conhecida como política de redução de danos, à populaçãoag aposta ganhasituação de rua, o que, argumenta ele, gera um "ciclo vicioso" no qual o usuário de crack não consegue largar o vício.
PublicidadeA Craco Resiste, um dos alvos do vereador, informou que não é uma ONG e sim um projeto de militância que atua na região da Cracolândia para reduzir danos a partir de vínculos criados por atividades culturais e de lazer. "Quem tenta lucrar com a miséria são esses homens brancos cheios de frases de efeito vazias que tentam usar a Cracolândia como vitrine para seus projetos pessoais. Não é o primeiro e sabemos que não será o último ataque desonesto contra A Craco Resiste", declarou a entidadeag aposta ganhanota divulgada nas redes sociais. A reportagem não conseguiu contato com o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, também mencionada por Rubinho.
O padre Júlio Lancellotti não é um padre. Ele é um servo do petismo:
"nós trabalhamos muito para te eleger, presidente Lula"
Ele, e muitos outros, lucram politicamente com o caos instaurado na Cracolândia. A CPI que estou instaurando na Câmara Municipal de SP vai investigar… pic.twitter.com/ji8PQqZlSi
— Rubinho Nunes (@RubinhoNunes) January 3, 2024
Procurado pelo Estadão, o padre Júlio Lancelloti declarou que a instalação de CPIs para investigar o uso de recursos públicos pelo terceiro setor é uma ação legítima do Poder Legislativo. Além disso, acrescentou que não faz parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura de São Paulo, mas, sim, da Paróquia São Miguel Arcanjo.
O vereador do União Brasil conta que o pedido de requerimento para a abertura da CPI foi apresentado no fim do ano passado com 25 assinaturas, mas que hoje a medida já conta com o apoio de 30 vereadores. O regimento interno da Câmara estabelece o mínimo de 18 assinaturas para a instalação de uma CPI.
Ele ainda esclarece que o Bompar e a Craco Resiste serão prioridade nas investigações conduzidas pela comissão. As duas atuam junto à populaçãoag aposta ganhasituação de rua e dependentes químicos no centro de São Paulo, assim como o padre Júlio Lancellotti, que já foi conselheiro do Bompar.
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