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Dezenas de cidadãos árabes de Israel foram presos por causa de postagens feitas nas redes sociais sobre a guerrareal bet dicasGaza.
Entre eles está uma conhecida cantora e influenciadora de Nazaré, Dalal Abu Amneh, que ficou detida sob custódia policial por dois dias antes de ser libertada sob fiança na quarta-feira (18/10). Agora ela estáreal bet dicasprisão domiciliar até segunda-feira (23/10).
Segundoreal bet dicasadvogada, Abeer Baker, ela foi acusada de "comportamento perturbador" por agentes da polícia, que afirmaram que as suas publicações poderiam incitar à violência entre os seus seguidores.
O post que chamou a atenção da polícia foi uma imagem da bandeira palestina com um textoreal bet dicasárabe que diz: "Não há vencedor senão Deus".
Baker diz que a cantora, que é bem conhecidareal bet dicastodo o mundo árabe pelas suas canções sobre a cultura palestina, estava expressando um sentimento religioso. As autoridades israelenses interpretaram a postagem da cantora como uma incitação aos palestinos para pegaremreal bet dicasarmas.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a polícia israelense adotou o que chama de "política de tolerância zero"real bet dicasrelação às atividades nas redes sociais consideradas como expressão de apoio ao Hamas — grupo islâmico que prega a destruição de Israel e designado como organização terrorista por Israel, EUA, Reino Unido e muitos outros países.
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Abu Amneh é uma das dezenas de cidadãos árabes de Israel presosreal bet dicasconexão com postagens nas redes sociais sobre a guerra.
Muitos outros foram suspensos ou despedidos dos seus empregos ou enfrentam ações disciplinares por parte das suas universidades.
Os árabes israelenses - muitos dos quais preferem ser chamados de cidadãos palestinos de Israel — constituem um quinto da população do país.
Desde o ataque do Hamas, a polícia afirma ter investigado e detido mais de 100 pessoas pelas suas atividades nas redes sociais. Sóreal bet dicasJerusalém, 63 foram presos e interrogados.
"Qualquer pessoa que incite [violência] contra o Estado de Israel, os seus símbolos governamentais, funcionários eleitos, pessoal militar e polícia, deve estar ciente de que a polícia de Israel responderá com firmeza e sem leniência", disse o Comissário da Polícia de Israel, Yaakov Shabtai, esta semana.
O Centro Legal para os Direitos das Minorias Árabesreal bet dicasIsrael (Adalah) acredita que o número de detidos é maior, já que mais prisões foram feitas recentemente.
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Em comparação, durante o conflito Israel-Gaza,real bet dicasmaio de 2021, apenas 16 pessoas — 15 das quais eram árabes — haviam sido acusadas de incitação à violência, de acordo com um relatório divulgado pela Adalah.
Os ativistas dos direitos humanos temem que este aumento nas prisões se deva ao fato de a polícia adoptar uma interpretação ampla do que constitui incitamento à violência.
Na cidade beduína de Rahat, por exemplo, a polícia deteve um antigo candidato a presidente da Câmara, Amer al-Huzail, que compartilhou nas redes sociais um mapa da Faixa de Gaza com uma análise de possíveis cenários para uma esperada operação terrestre das forças israelenses.
Isso o levou a ser acusado de ajudar o inimigoreal bet dicastempos de guerra.
Mas mesmo quando não são apresentadas acusações criminais, algumas pessoasreal bet dicasIsrael ainda enfrentam fortes consequências pelas suas atividades nas redes sociais.
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Os advogados que trabalham para Adalah dizem ter recebido mais de 40 casos de trabalhadores árabes israelenses suspensos ou demitidos de seus locais de trabalho.
"Às vezes, as pessoas veem o seu sustento ameaçado apenas por curtirem uma publicação", diz Salam Irsheid, advogado da organização. "Temos até o caso de um trabalhador que corre o risco de ser demitido por curtir uma reportagem sobre a situaçãoreal bet dicasGaza nas redes sociais."
Os estudantes árabesreal bet dicasIsrael também enfrentam ações disciplinares por parte das suas universidades.
Na semana passada, Ariel Porat, presidente da Universidade de Tel Aviv, disse que alguns estudantes foram denunciados por expressarem "apoio às atrocidades do Hamas".
"Seremos muito rigorosos com este punhado de estudantes", escreveu ele num comunicado no site da universidade, "e quando sentirmos que a ofensa for de natureza criminosa. Nós iremos denunciá-los à polícia nesta situação delicada, mas não negarenos a nenhum estudante o direito a uma investigação justa".
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Os advogados de Adalah afirmam ter recebido queixas de 83 estudantes que foram suspensos das instituições de ensinoreal bet dicastodo o país e,real bet dicasalguns casos, instruídos a abandonar as suas acomodações a curto prazo.
"Nenhum dos casos é sobre ações, manifestações ou participaçãoreal bet dicasatividades ilegais. São todos sobre publicações nas redes sociais", diz Hassan Jabareen, diretor-geral da Adalah.
"Mais de 90% dos posts são claramente contra a guerra, contra as ações de Israelreal bet dicasGaza, apoiando as vítimas da guerrareal bet dicasGaza", acrescenta.
"Dez por cento dos postos situam-se numa área vaga que pode ser interpretada como apoio indireto aos atos do Hamas contra civis. Em tempos normais, eles não seriam interpretados dessa forma, mas hojereal bet dicasdia Israel tende a dar a interpretação mais dura a esses posts."
Vozes judaicas israelenses que fazem apelos contra a violência também estão sendo alvos de indignação de parte do público.
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No domingo passado, um famoso jornalista judeu ultraortodoxo de esquerda, Israel Frey, teve de ser escoltado pela políciareal bet dicasTel Aviv parareal bet dicasprópria proteção.
Os manifestantes se reuniram do lado de fora do prédio onde ele mora e dispararam fogos de artifício contra seu apartamento depois que ele postou nas redes sociais um vídeoreal bet dicasque orava pelos civisreal bet dicasGaza.
E na quarta-feira, Ofer Cassif, um parlamentar judeu da aliança Hadash-Taal liderada pelos árabes, foi suspenso do parlamento israelense por 45 dias depois de ter condenado veementemente o bombardeamento de Gaza.
Em uma das suas publicações mais recentes no X, anteriormente conhecido como Twitter, ele criticou a polícia que, segundo ele, não interveio prontamentereal bet dicasdefesa de Frey.
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"As forças policiais armadas são enviadas para prender qualquer pessoa que demonstre um traço de empatia pelos massacresreal bet dicasGaza", escreveu ele.
"Mas a polícia não tem vontade alguma de proteger um jornalista de esquerda cuja vida estáreal bet dicasperigo."
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