bet gol apostas-A fotógrafa que registra a agonia de perder a mãe aos poucos para a demência

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Helen Rimell vive o luto pela mãe, Susan, desde que ela foi diagnosticada com demência vascularbet gol apostas2015. E documentoubet gol apostasimagens a evolução da doença da mãe.
11 jan 2024 - 18h26
(atualizadobet gol apostas12/1/2024 às 14h25)
Susan foi diagnosticada com demência vascular de início precocebet gol apostas2015
Susan foi diagnosticada com demência vascular de início precocebet gol apostas2015
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

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"Com a demência, é como se eles morressem repetidas vezes e lentamente."

Helen Rimell tem vivido o luto porbet gol apostasmãe, Susan, desde que ela foi diagnosticada com demência vascular no início de 2015.

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Há dois anos, Helen deixoubet gol apostasvidabet gol apostasLondres para se mudar de volta para o sul do País de Gales e tornar-se cuidadorabet gol apostastempo integral da mãe, de 75 anos.

Fotojornalista e fotógrafa de casamentos, ela já retratava a mãe há décadas e continuou a fazê-lo, o que resultoubet gol apostasum projeto muito pessoal chamado No Longer Her(e) (em inglês, uma combinação das expressões "não mais ela" e "não mais aqui").

"Eu estava tentando processar a dor e a perda, pois ela estava se tornando cada vez menos ela mesma", explica Helen.

"Ela está aqui, mas não está, e é ela mesma, mas não é."

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As imagens capturam o declínio cognitivo debet gol apostasmãebet gol apostaspequenos detalhes do cotidianobet gol apostascasa. Como o sabão com marca de dentes, de quando a mãe tentou comer a barra, perdendo a capacidade de entender o que é comestível.

Ou o copo quebradobet gol apostasuma poça de líquido após ela derrubá-lo no chão.

Outras imagens mostram Susan sendo alimentada pela neta, com uma colher, ou ela deitada na cama após já ter esquecido como se vestir.

Antes de receber o diagnóstico de demência, Susan sofreu uma hemorragia cerebral e começou a esquecer os nomes das pessoas e algumas palavras
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

'Era minha melhor amiga'

Helen ebet gol apostasmãe sempre foram muito unidas.

"Ela era minha melhor amiga, eu contava tudo a ela", diz Helen.

"Ela era divertida, engraçada, gentil, atenciosa, muito empática, muito compassiva. Foi a única pessoa que realmente me entendeu e me protegeu", acrescenta.

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Em 2010, Susan sofreu uma hemorragia cerebral. E nos anos seguintes começou a esquecer os nomes das pessoas e algumas palavras.

Ao receber o diagnóstico de demênciabet gol apostas2015, a progressão da doença parecia inicialmente lenta.

Marcas de dente deixadas por Susanbet gol apostasum sabonete após tentar comê-lo
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

Helen lembra-se com carinho de uma viagem que fez pela Europa com a mãebet gol apostas2018.

"Na época ela estava esquecida, mas ainda era muito divertida, realmente uma grande companhia", diz ela.

"Ela adorou essa viagem. Todos os dias tomávamos um Aperol spritz ao entardecer", acrescenta.

Susan e Helen durante viagem pela Europa feitabet gol apostas2018
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

Quando a epidemia de covid-19 chegou ao Reino Unidobet gol apostas2020, Helen foi forçada a passar menos tempo com a mãe e começou a notá-la cada vez mais distante de quem havia sido.

Ela já não reconhecia lugares, às vezes se perdia ao sair de casa e era trazida de volta por policiais.

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A casa da infância de Susan - na aldeia de Langland, península de Gower,bet gol apostasGales - era um lugar ao qual Helen levava a mãe com frequência. E as memórias do lugar foram algumas das últimas a desaparecer.

"Eu a levei lábet gol apostasfevereiro de 2020 e ela olhou ao redor e não se lembrou; isso para mim foi algo gigante", conta Helen.

Susan aproveitando o calor do sol
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

Pequenos momentos de felicidade

Durante a pandemia, os cuidadores de Susan deixaram de atendê-la e,bet gol apostassetembro de 2021, Helen decidiu se mudar e cuidar ela mesma da mãe.

"É muito difícilbet gol apostastodos os sentidos: mental, emocional e fisicamente", diz Helen.

Susan passou por um período de agressividade e violência.

Ela odiava a hora do banho. Ela cravava as unhas, dobrava seus dedos para trás, batia, esbofeteava e lutava com você", disse Helen.

"No começo ela era realmente maníaca - subindo, descendo, subindo, descendo, subindo, descendo, andando, movendo móveis, arrastando mesas, arrastando móveis por horas todas as noites."

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Ela também brigava por tudo que você fazia com ela, quebrando coisas.

"Ela perambulava por aí se a porta fosse deixada aberta, então era necessário trancá-la", lembra.

Susan precisa de supervisão e apoio constantes
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

Susan não consegue mais manter uma conversa, não usa talheres e tem incontinência.

Mas há pequenos momentos de felicidade.

"Ela adorava dançar. Você colocava Elvis e ela ficava dançando e dançando na sala - hoje ela ainda bate o pé", diz Helen.

O que Susan pensaria dessas imagens tão pessoais?

"Nós falamos sobre isso, minha mãe e eu, que eu ia documentarbet gol apostasdoença, documentar nosso relacionamento, sempre foi um plano. Ela disse que era importante", diz Helen.

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"Documentei de forma intermitente desde que eu estava na faculdade. Ela sempre permitiu e sempre me apoiou muito na minha carreira."

Presa no limbo

Quando Helen era estudante, ela fez um projeto sobre o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) da mãe, que até posou nua embet gol apostasbanheira para uma fotografia.

"Nós temos essa relação: ela confiabet gol apostasmim e eu confio nela", explica Helen.

Susan costuma sentar-se no chão porque tem medo de cair
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

Os últimos anos têm sido muito difíceis para Helen, que tem feito malabarismos para cuidar da mãe e trabalhar.

Ela mantémbet gol apostascasabet gol apostasLondres, mas parece um mundo distante.

"Eu costumava dançar swing quatro vezes por semana, mas agora é difícil manter amizades. Não me sinto parte da minha vidabet gol apostasLondres", diz Helen.

"Parece que não tenho um propósito. Estou presa no limbo enquanto os outros seguembet gol apostasfrente com suas vidas."

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A demência provou ser algo muito diferente do que Helen imaginava antes de se tornar a cuidadora da mãe.

"Eu não sabia realmente o quão ruim era a demência ou como era o final", conta.

Helen diz ter chorado bastante desde o diagnóstico da mãe
Foto: Helen Rimell / BBC News Brasil

"Nos filmes você tem uma velhinha doce sentadabet gol apostasuma casa. Ela esquece seu nome, mas no último minuto ela lembra de como dançar com você e debet gol apostasmúsica preferida".

"Mas não é assim", lamenta."Toda a personalidade muda, sem falarbet gol apostastoda a deterioração física, a agressividade e todas as coisas diferentes que vêm junto."

Apesar de ter de pausarbet gol apostasprópria vida e da dor com que vive diariamente, Helen não tem arrependimentos.

"Eu faria tudo de novo: ela fez isso por mim e eu quero devolver o amor que ela me deu", diz ela.

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Fontes de referência

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