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O autismo é um transtorno no desenvolvimento do cérebro caracterizado por dificuldades sociais, de relacionamento e de comunicação. Geralmente relacionado a homens, o diagnóstico do distúrbio entre mulheres (ainda mais na idade adulta) tem aumentado na última década.
Enquanto que,apostas lutas2012, os meninos tinham 4,6 vezes mais chances de receber um diagnóstico do que meninas,apostas lutas2018 essa proporção caiu para 4,2 para 1 menina.
Para Jaqueline Bifano, psiquiatra da infância e adolescência, "Essa mudança tem ocorrido porque, hoje, os profissionais de saúde estão mais especializadosapostas lutasdescobrir a doença". A seguir, entenda porque a análise de homens e mulheres pode ser diferente, e leia o depoimento de uma mulher que, já na vida adulta, recebeu o diagnóstico do autismo.
"Descobri que era autista graças ao meu filho"
Quando a educadora Jéssica Borges recebeu o primeiro diagnóstico de autismo, ela tinha 28 anos. "Estava pesquisando sobre o assunto para entender a condição do meu filho e, de repente, fui me identificando com as características", relembra. “Foi como tirar um peso do meu corpo, pude acessar respostas de perguntas feitas durante toda a vida”, conta a profissional, que também é ativista da causa.
Sintomas do autismo
Entre mulheres, os sintomas do autismo muitas vezes passam despercebidos. Estudos mostram que meninas com autismo são mais propensas a camuflar as diferenças de comportamento, imitando as pessoas ao seu redor.
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"Os homens têm características mais marcantes, como comportamento repetitivos, estereotipias. A rigidez no comportamento, as alterações sensoriais, a dificuldade na fala, e principalmente a dificuldade de interação intersocial dos meninos é muito mais evidente do que nas meninas", diz a especialista Jaqueline.
A especialista acrescenta: "Meninas, geralmente, têm maior facilidadeapostas lutasimitar outras meninas…então elas mascaram os sintomas. Assim, os sintomas nas meninas ficam menos evidentes, mais leves. As mulheres têm melhor capacidade de comunicação e interação social. Então, elas conseguem imitar melhor outras pessoas".
Com fortes origens genéticas, análises mostram que meninas autistas tendem a carregar mais mutações do que meninos. Segundo Jaqueline, isto está relacionado ao tamanho do córtex cerebral das mulheres, que normalmente é um pouco maior que o dos homens.
"Receber o diagnóstico é libertador"
Outro fator que interfere no diagnóstico adequado do autismo entre meninas é relacionado à cultura. Mulheres costumam ser tratadas de maneira diferenciada pelos adultos, recebem ordens para sorrir, interagir e ser incentivadas participar de mais brincadeirasapostas lutasgrupos.
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"Nós já crescemos ouvindo da sociedade como devemos agir e então somos obrigadas a adotar recursos e habilidades para camuflar nossas características que são vistas como 'fora da curva' pra sermos aceitas. É comum que a gente receba outros diagnósticos antes do diagnóstico de autismo. Em virtude disso, somos vistas como: grosseiras, arrogantes, mimadas, frescas", compartilha Jéssica.
Para evitar esse sofrimento, é importante que médicos e especialistas se atendem aos primeiros sinais e manifestações do distúrbio.
"São muitas as barreiras até a chegada de uma resposta. Mas, ainda assim, receber o diagnóstico -- ainda que tardio -- é libertador", defende Jéssica, "(depois de descobrir o autismo”), a gente deixa de ligar para os apelidinhos e adjetivos pejorativos e passa a ser mais generosa com nossa própria história e existência".
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do transtorno varia de acordo com a idade do paciente. Médicos psiquiatras, pediatras ou neurologistas podem ajudar na avaliação clínica. No caso de crianças ou adolescentes, a observação de comportamentos por parte dos pais, educadores ou psicólogos ajuda na descoberta do distúrbio, uma vez que não existe marcador biológico específico para o autismo.
Já o diagnósticoapostas lutasadultos é mais difícil, já que,apostas lutasidades mais avançadas, os sintomas de autismo podem ser confundidos com sinais de outras doenças mentais, como a ansiedade ou o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
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Ainda assim, a avaliação é importante para que o paciente possa procurar tratamento e terapias adequadas, com a intenção de diminuir os sinais e efeitos colaterais do distúrbio no cotidiano.