Resumo
A feira do rolo passou por vários locaisgrupo aposta esportivaOsasco. Quando a polícia faz o “rapa”, espantando vendedores, roleiros e fregueses, ela muda de lugar. Atualmente, funciona aos domingos às margens do Rodoanel. A lista de produtos vendidos e trocados é praticamente incalculável, mas inclui ferramentas, brinquedos, pneus, utensílios domésticos, cabos e fios, rolamentos, e produtos alimentícios, de mandioca com casca a churrasquinho.
Do lado direito, o Rodoanel; do esquerdo, a feira do rolo de Osasco se estende por 1,5 quilômetro, bairro adentro
Foto: Marcos Zibordi
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Na divisa entre Osasco e Carapicuíba, na Região Metropolitana de São Paulo,grupo aposta esportivauma avenida paralela ao Rodoanel, acontece todo domingo uma feira do rolo que existe, segundo relatos ouvidos pela reportagem, há mais de 30 anos.
A quantidade e variedade dos produtos, quase todos usados, é incalculável: vai de liquidificadores velhos a brinquedos; de discos de vinil, CDs e DVDs, a mandioca com casca; de ferramentas novas e usadas a latas de tinta pela metade.
A lista poderia se estender muito: pneus usados, de bicicleta e carro; utensílios domésticos, botijões e fogões; rolamentos, fios, correntes, carregadores de celular; sabãogrupo aposta esportivapó, pão e iogurte.
Concentração começa meia-noite
“Cheguei quatro da manhã, cheguei tarde, tem gente que encosta meia-noite. Trabalho com reciclagem e muita coisa que dá para aproveitar, vendo aqui. Tá meio fraco ultimamente”, conta um homem do Rio Pequeno, bairro paulistano próximo à Osasco.
Ele vem à feira há mais de vinte anos e prefere não informar nome, nem idade. Vários não quiseram se identificar e, no estacionamentogrupo aposta esportivauma das pontas da muvuca, três manos enquadram o repórter. “Tem que ver o que vai escrever aí”, intima um deles, acendendo o cigarro que insistegrupo aposta esportivaapagar.
Feira do Rolo tem gente, motos, monitores e muitos fios, de vários tipos, de instalação de casa a carregadores
Foto: Marcos Zibordi
Não existem barracas, os produtos ficam no chão, no máximogrupo aposta esportivacima de panos e plásticos. Quase tudo foi encontrado no lixo, muitos roleiros trabalham com reciclagem. Outros, juntam reciclagem como atividade paralela.
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Elizeu Ferreira Gonçalves, 61 anos, seleciona objetos do lixo do prédio onde trabalha como zelador,grupo aposta esportivaBarueri. Montou um projeto de reciclagem e usa o dinheiro das vendas para comprar vasos, plantas, sementes e adubo para o condomínio.
Mudando de lugar, feira do rolo resiste há décadas
“Eu só vendo, não troco nada, não volto com produto pra casa”, diz um vendedor. Apesar do apelido da feira, que significa troca, as vendas predominam. O preço é baixo e a clientela, popular. A maioria chega a pé, no máximo de bicicleta e moto.
Em décadas, a feira foi mudando de lugar conforme a repressão policial. O último “rapa” aconteceugrupo aposta esportivanovembro do ano passado. Muitos roleiros acham que, até a eleição para prefeito, no final de 2024, vai continuar sossegado.
Muitos produtos são eletrônicos, como liquidificadores e televisões. Compradores querem testar antes de levar
Foto: Marcos Zibordi
A feira do rolo, agora chamada também de feira do Rodoanel, começou no bairro Santo Antônio, onde funcionougrupo aposta esportivadois locais; passou ainda pela Padroeira e Iguaçu. Agora, se estende por 1,5 quilômetros na Avenida Leonil Crê Bortolosso e rua Alfredo Benicassa.
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Variedade de produtos é aqui
“O que estragava eram os passarinheiros, dá problema, é ilegal. Traziam um monte de passarinhos apertados na gaiola, não davam água, os bichinhos morriam. Aqui eles começaram a chegar, mas espirramos com eles”, conta Alexandre, que informa somente o primeiro nome.
Ele tem 50 anos, trabalha desde os seis com reciclagem. Começou ajudando o pai. Enquanto conversamos, freguês pergunta o preço de uma bicicleta motorizada à gasolina. Alexandre pede R$ 600, o comprador Marcos dos Santos desiste.
Ferramentas e materiais de construção, a maioria usados, são bastante comuns na feira do rologrupo aposta esportivaOsasco
Foto: Marcos Zibordi
Há produtos mais baratos, como um vaso de babosa por R$ 25,00 e um botijão pequeno a R$ 40,00. Segundo os entrevistados, brinquedos, bicicletas e televisões vendem mais.
Além de produtos reciclados, há quem leve à feira do rolo objetos da própria casa,grupo aposta esportivamomentos de aperto. Quem aparece com celular, gera desconfiança.
Feira do rolo como extensão do negócio
A maioria dos roleiros oferece produtos vendáveis que selecionam na reciclagem, de pequenos objetos, como brinquedos, até pia de banheiro e cozinha, sapatos e roupas.
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Mas há quem venha à feira do rolo ampliar as vendas, como Amauri de Freitas, 50 anos. Ele tem uma loja de petgrupo aposta esportivaOsasco e vem à feira vender gaiolas e comida para passarinho.
Amauri de Freitas frequenta a feira do rolo desde os 15 anos de idade. Tem um loja e vem à feira para ampliar os negócios
Foto: Marcos Zibordi
As gaiolas são novas, fabricadas por ele. Custam de R$ 50,00 a R$ 150,00 e não para de chegar gente querendo, ao menos, saber o preço. O comerciante aproveita para distribuir cartões com contatos e o nome da loja.
“Aqui não é a fonte principal, mas ajuda na renda”. E dá certo? “Já deu”, responde o vendedor. Ele frequenta a feira desde os 15 anos de idade.
Seu José comprou um micro-ondas
O micro-ondas da casa de José Araújo, pedreiro, 47 anos, queimou. No domingo, ele acordou decidido, pegou a bicicleta e foi à feira do rolo de Osasco. Ele moragrupo aposta esportivaCarapicuíba, cidade vizinha.
Nas lojas, encontrou o aparelho custando cerca de R$ 400,00. Na feira do rolo, o primeiro que encontrou pediu R$ 100,00. Estava caro.
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José Araújo veio de bicicleta de Carapicuíba decidido a comprar um micro-ondas. Pechinchou e conseguiu por R$ 70,00
Foto: Marcos Zibordi
O pedreiro continuou pechinchando e conseguiu um micro-ondas por R$ 70,00. Gastou mais R$ 2,00 para testar. O teste é feito na tomada do fio puxado de uma casa. É a fonte de renda da família, que também vende caldo de cana.
Seu José voltou feliz, com planos para o almoço de domingo. “As coisas estão muito caras, moço. O salário está pouco demais”.
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