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Após mais de seis horas, o diretor do Butantan, Dimas Covas, encerrou seu depoimento à CPI da Covid. O instituto, ligado ao governo de São Paulo, é responsável pelo fornecimento da CoronaVac no Brasil, primeira vacina contra a covid-19 disponível no País, produzidaroleta relampagoparceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
A guerra política que envolveu as negociações do imunizante foi o foco do interrogatório de Dimas Covas. Aos senadores, o diretor do Butantan afirmou que se o governo tivesse aceitado uma oferta apresentada ao Ministério da Saúderoleta relampagojulho do ano passado, 60 milhões de doses da vacina poderiam ter sido entregues ao Programa Nacional de Imunização (PNI) até dezembro de 2020. A proposta, no entanto, não teria tido retorno do governo.
PublicidadeDimas Covas ainda contrariou a versão do ex-ministro Eduardo Pazuello, de que as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra a CoronaVac não teriam influenciado as negociações. Segundo o diretor do Butantan, as conversações com o Ministério da Saúde sobre a compra do imunizante "não prosseguiram"roleta relampagorazão da manifestação do presidente, que desautorizou Pazuello publicamente sobre a aquisição da vacina.
Segundo ele, até o episódio, as tratativas com o Ministério da Saúderoleta relampagooutubro transcorriam bem. Na ocasião, a proposta envolvia 100 milhões de doses. No entanto, no dia seguinte ao anúncio do ministério sobre a aquisição da vacina no dia 20 daquele mês, as conversas tomaram outro rumo e ficaram paralisadas. "Aí no outro dia de manhã (após anúncio do Ministério sobre CoronaVac), infelizmente conversações não prosseguiram porque houve manifestação do presidente Jair Bolsonaro dizendo que vacina não seria incorporada", afirmou o diretor.
Na sessão, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou vídeos envolvendo o caso, tanto das manifestações de Bolsonaro como do então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco. Após a fala do presidente, ele declarou que não havia intenção de comprar vacina chinesa, uma referência à Coronavac.
De acordo com Covas, o cenário só mudouroleta relampagojaneiro, quando o contrato com o Ministério da Saúde foi fechado - o que, para o diretor do Butantan, foi fruto de tentativas frustradas do governoroleta relampagoadquirir outros imunizantes. Ele ainda reforçou que, se a contratação com a pasta tivesse ocorrido antes, 100 milhões de doses poderiam ter sido integralizadasroleta relampagomaio deste ano. "E nesse momento (com o contrato atual) não sabemos se 100 milhões de doses serão integralizadasroleta relampagosetembro dada as dificuldadesroleta relampagorelação à matéria-prima", relatou Covas.
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