Resumo
Estudantes do Cursinho Popular Elza Soares são moradores da favela na zona oeste de São Paulo e de comunidades vizinhas. Filhos de trabalhadores, estudaramsportingbet aposta ao vivoescolas públicas e, no ensino médio, superaram a pandemia de covid-19 e mudanças curriculares. Prestam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) confiantes, mas com diferentes perspectivas.
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Thayná Jesus de Araujo tem uma vida corrida na comunidade Piemonteses, na divisa entre São Paulo e Osasco. Mora com o pai e duas irmãs mais novas, que ela praticamente cria. E ainda faz bicos como promotora de vendas. A comunidade tem cerca de mil famílias.
A jovem de 19 anos quer ser jornalista. Concluiu o ensino médio técnicosportingbet aposta ao vivoescola públicasportingbet aposta ao vivo2023, anosportingbet aposta ao vivoque fez o Cursinho Elza Soares, na favela São Remo, vizinha da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital.
Era o primeiro ano do cursinho na comunidade. Thayná prestou Enem e Fuvest, “fui um desastresportingbet aposta ao vivoExatas”. Voltou ao cursinho.
“A gente tem muito problema com energia elétrica, internet, enchente. Teve vezes que esperei mais de duas horas para água baixar e eu chegarsportingbet aposta ao vivocasa” – Thayná de Araujo
Em casa, consegue estudar durante a tarde, quando as irmãs estão na escola. Com a ajuda do pai, comprou um computador para ver aulas, ler materiais. “No celular era muito complicado”.
Além de Enem e Fuvest, está inscrita nos vestibulares da Unicamp e Unesp. Percebeu que melhorou o desempenho nos simulados, passou a resolver questões da área de Exatas.
Apesar de saber “que é tudo no tempo de Deus”, diz que “este é o vestibular da minha vida. É agora ou nunca”.
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Johnny convive com a USP desde criança
Johnny Batista Cavalcanti da Silva é cria da favela São Remo, ao lado da USP, onde a mãe e o pai trabalham: ela é vigilante; ele, controlador de acesso. O filho de 20 anos sempre estudousportingbet aposta ao vivoescola pública.
“Passei o ensino médio inteiro na pandemia”, lamenta. Terminousportingbet aposta ao vivo2022, prestou Enem. Não conseguiu vaga porque “a base era muito fraca, praticamente não tive ensino médio”.
No ano passado, começou a trabalhar como repositor e, neste ano, ficou sabendo do cursinho na favela São Remo, que funciona aos sábados. Caiu pra dentro.
Durante a semana, trabalha das 14 às 20 horas. Estudasportingbet aposta ao vivocasa pela manhã, e quando volta do emprego. Dá umas três horas por dia.
“Estou bem mais preparado, o cursinho me ajudou muito, é com pessoas que já passaram no vestibular. Eles melhoramsportingbet aposta ao vivoconfiança”. Johnny vai prestar somente o Enem e quer fazer História.
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“Passei minha infância brincando na USP, e sempre pensei: quero entrar aqui como aluno um dia”. Ele está fazendo de tudo para o dia chegue logo. “Até agora, sou o único da minha família a ter oportunidade de fazer faculdade”.
Pandemia e “novo ensino médio” prejudicaram
Thayná de Campos Batista Lima, 19 anos, é filha de cozinheira e pintor. Cria do Jardim São Jorge, perto da rodovia Raposo Tavares, morasportingbet aposta ao vivouma casa de três cômodos com os pais e dois irmãos.
Concluiu o “novo ensino médio”sportingbet aposta ao vivoescola pública,sportingbet aposta ao vivoperíodo integral. Estudousportingbet aposta ao vivoplena pandemia, com aulas online. “Horrível, horrível. Se não fosse o cursinho, eu não saberia nada. Na minha escola não tinha aula de redação, literatura, tinha duas aulas de português e matemática por semana, um absurdo”.
Frequentou o Cursinho Elza Soares na favela São Remo no ano passado e prestou Enem. Queria Medicina. “Me senti super despreparada, neste ano estou me sentido meio assim... Mas vou fazendo até dar certo”.
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Neste ano, conseguiu se dedicar mais aos estudos até agosto, quando começou a trabalhar. Inscreveu-se novamente no Enem, mas desistiu de Medicina. Possivelmente, optará por enfermagem.
Danillo, entre faculdade e concurso público
Em 2024, Danillo Expedito de Almeida Silva, 19 anos, voltou do interior da Bahia para morar com a mãe, irmã e padrasto no Parque dos Príncipes, zona oeste de São Paulo.
No ano passado, prestou Enem, mas “foi horrível, não tinha preparação nenhuma”. Neste ano, além do cursinho na favela São Remo, fez outro, online. Estudou,sportingbet aposta ao vivomédia, sete horas por dia.
Com vida simples, ele tem uma condição rara – quarto individual e silêncio – para estudar o dia inteiro. O sonho é entrarsportingbet aposta ao vivoOdontologia na USP, pois seria difícil se mantersportingbet aposta ao vivouniversidade particular, mesmo com bolsa.
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Danilo tem certeza de que, neste ano, terá desempenho melhor no Enem. Mas também pensa que um concurso público pode ser o caminho. “É aquilo: se passar, começa a trabalhar”.
A mãe prefere faculdade. Independente da profissão, Danillo quer ter um futuro seguro e “sair da asa da mãe”.
Enem neste ano, Fuvest no próximo
Filha de uma funcionária pública e de um porteiro, Amanda Lopes, 20 anos, é cria da favela São Remo. Estudousportingbet aposta ao vivoescola pública e terminou o ensino médiosportingbet aposta ao vivo2021. Não prestou vestibular, foi atrás de emprego. Trabalhousportingbet aposta ao vivoshopping, mercado “para ajudar minha mãe”.
Entrou no cursinho Elza Soares neste ano. “Queria muito ficar só estudando, mas não deu, foi bem complicado. Porém, sinto que estou pronta”. Ela trabalhasportingbet aposta ao vivouma confecção durante o dia.
Tentou estudar todas as noites depois do trabalho. “Ficava das sete até meia noite ou mais, tentava fazer isso todas as noites, mas fiquei doente”. Passou a estudarsportingbet aposta ao vivodias alternados.
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Amanda nunca prestou vestibular, é a primeira vez que faz Enem. Não teve dinheiro para pagar a inscrição para a Fuvest, que tentará no ano que vem.
Ela pretende fazer Psicologia. “Sempre quis estudarsportingbet aposta ao vivofaculdade pública, se for particular, teria que ser perto da minha casa”.