Resumo
Pesquisa baseadagalera bet saquequase 700 notícias, a maioria da Folha de S. Paulo, revela as reações sociais, políticas e policiais aos bailes funk, também chamados de pancadões. Documento se junta a uma tradição de pesquisas sobre o fenômeno cultural, musical, preto e favelado.
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Nada como organizar os fatos na linha do tempo. Em relação aos bailes funk de São Paulo, o retrospecto de duas décadas começa quando ainda nem eram noticiados, e chega ao momento atual, quando estampam manchetes e são enquadrados como problema policial, especialmente na capital e cidades vizinhas.
Lançado aos cinco anos da morte de nove jovens no baile funk da DZ7, o relatório descreve como o poder público agiugalera bet saquerelação aos pancadões, cada vez mais frequentes nas periferias. Esse histórico contextualiza o Massacre de Paraisópolis durante uma Operação Pancadão, realizada pela Polícia Militar,galera bet saque01 de dezembro de 2019.
Fica evidente que as mortes foram resultado de um processo cada vez mais violento de repressão policial que, uma hora ou outra, ia resultargalera bet saquetragédia. A impressão que fica é que, se não tivesse acontecidogalera bet saqueParaisópolis, teria sidogalera bet saqueoutra quebrada.
Uma história dos pancadões nas páginas dos jornais
A fonte do relatório é, basicamente, o noticiário da Folha de S. Paulo entre 2001 e 2022, considerando 617 notícias. Não se trata da análise da linha editorial do jornal, embora ela fique evidente. As notícias são um termômetro, que veio indicando aumento de temperatura da visão política e policial sobre os bailes funk.
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O relatório tem 141 páginas. É um documento sério, com metodologia científica rigorosa. Uma aula de interpretação das reverberações sociais dos bailes funk. Em meio à proliferação de opiniões internéticas, o trabalho pode embasar discussões informadas sobre o fenômeno cultural, musical, preto e favelado.
Não se pode, não se deve e nem se quer reproduzir nesta resenha o conteúdo do relatório, mas indicar o que parece fundamental, a começar pelo título. Ele diz exatamente aquilo que contém, ou seja, uma História (com H maiúsculo) de repressão aos bailes funk de rua (para não confundir com clubes) na capital paulista (embora inclua Baixada Santista e interior).
Documento histórico sobre bailes funk
Com um texto que pode ser lido por qualquer pessoa minimamente alfabetizada, livre dos pedantismos estilísticos da escrita acadêmica, o relatório mostra como o funk, inicialmente mencionadogalera bet saqueuma ou outra notícia, vira pauta relevante. São, então, chamados pejorativamente de “pancadões”.
Apesar de graves, não foram os assassinatos de funkeiros na Baixada Santista que despertaram o noticiário da Folha, mas quando os rolezinhos começaramgalera bet saqueSão Paulo. Eram, basicamente, passeios de jovens pobresgalera bet saqueshoppings e outros locais onde não eram bem-vindos.
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Olha este dado relevante: no auge dos rolezinhos, de 42 artigos de opinião na Folha, 32 falavam deles,galera bet saquegeral, recriminando. Lendo o relatório, sabemos também dos temas que não pautaram a cobertura, como o aspecto econômico dos bailes funk.
Além das notícias corriqueiras, como barulho e outras ilegalidades, pancadões fazem girar a economia das quebradas, mas, na imprensa, a associação ao comércio geralmente aparecem nas menções à venda de drogas e bebidas a menores.
“De fato, os casos vinham aumentando nos últimos anos, corroborando para uma percepção geral de que estavagalera bet saquecurso um aumento recente da violência policial como parte da militarização da atuação do poder público frente ao problema dos bailes de rua”, afirma o relatório.
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Na perspectiva histórica, as operações Pancadão e Paz e Proteçãogalera bet saqueParaisópolis, específicas para os bailes, cresceram exponencialmente. Em 2016, houve uma única operação;galera bet saque2020, após o Massacre de Paraisópolis, aconteceram 141 vezes.
O relatório sobre os pancadões paulistas se junta à tradição de pesquisas sobre funk. Ela começou nas universidades cariocas nos anos 80, pelas poucas pessoas faveladas, e envolvidas com a cultura, que chegaram ao ensino superior.
Para se ter uma ideia desse repertório – na linguagem científica, “estado da arte” – é só consultar as 20 páginas, diagramadasgalera bet saqueduas colunas, de referências bibliográficas ao final do relatório Pancadão, uma História de Repressão aos Bailes Funk de Rua na Capital Paulista.